19 Junho 2017      11:18

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O QUÃO PEQUENOS SOMOS

Esta imagem reflecte tudo o que todos nós temos vindo a sentir perante esta tragédia. Não são “apenas” o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes num abraço emocionado. São dois homens a tentar reagir perante a dimensão da tragédia que assolou Pedrógão Grande.

Perante uma tragédia desta dimensão, não somos políticos, nem Presidentes. Somos todos humanos e todos nós nos sentimos pequenos perante todo o cenário desencadeado por um fenómeno natural resultante de uma combinação de factores como a trovoada seca, a seca, o vento ou a falta de humidade.

Outras imagens marcam estes dias. O desespero das populações. Os carros carbonizados. O enorme esforço dos bombeiros que lutam incessantemente para combater os vários focos de incêndio.

Como não podia deixar de ser, os arautos do comentarismo já vieram criticar, pedir cabeças e dizer que as pessoas deveriam ter actuado ainda antes de um fenómeno natural que ninguém conseguia prever.

É certo que, no combate a incêndios o caminho está longe de estar completo. Mas este é um cenário completamente imprevisível. Todas as autoridades entraram de imediato em acção.

Não nos podemos esquecer que os bombeiros e as autoridades estavam a fazer face a dezenas de focos de incêndio ao mesmo tempo, sendo impossível chegar a todas as zonas ao mesmo tempo.

É perfeitamente compreensível a revolta das pessoas que viram os seus familiares morrer e as suas casas desaparecer em segundos mas, curiosamente, não são estas pessoas que se ouvem. São os célebres comentadores de sofá que apenas criticam sem sequer respeitar a dor de todas as famílias enlutadas.

A comunicação social uma vez mais continua a espalhar o pânico e a dar a ideia que os bombeiros não actuam em tempo e que eles são os únicos a conseguir chegar a todo o lado.

Quem lá esteve afirmou que era impossível prever fosse o que fosse. Quem tentou fugir acabou encurralado pelas chamas. Ainda durante a tarde houve previsão de ventos cruzados que poderiam complicar ainda mais o trabalho dos bombeiros.

Não obstante a nossa pequenez perante os fenómenos naturais e para além de todos estes arautos, a grande maioria dos portugueses demonstrou de imediato a sua solidariedade e mexeu-se para apoiar população e bombeiros.

A esperança é que, à hora de publicação desta crónica, o cenário já esteja resolvido mas, assim não sendo, aproveito este espaço para partilhar o apelo que chega por todos os lados de apoio aos bombeiros e às populações.

Todas as corporações do País estão a aceitar água, leite, conservas, água com gás, água oxigenada, pomadas para queimaduras, compressas e ligaduras.

Se todos contribuirmos com pouco, decerto aumentaremos, ainda mais, a nossa grandeza perante esta tragédia.

Imagem de capa de record.pt