25 Dezembro 2019      10:38

Está aqui

Há verdades no mito da Excalibur, a espada mágica

Faz parte do imaginário de todos nós as histórias aventuras da espada que estava presa numa pedra, do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda.

Acontece que, também aqui, a realidade se mistura com a ficção.

Toda esta lenda que inspirou o mito do Rei Artur terá começado no Natal de 1180, numa pequena aldeia da Toscana, em Itália. Desde então, muitas têm sido as histórias conhecidas sobre “Excalibur”, a espada cravada na pedra e que deu origem a uma enorme panóplia de contos, histórias e lendas em redor de Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.

As histórias da literatura arturiana são de tal modo conhecidas, e às quais se juntam alguns factos históricos, que, para muita gente, o mito esconde a realidade.

Um artigo do espanhol ABC, onde se diz que nem Artur, nem Guinevere, nem Merlin, o mago ou os Cavaleiros da Távola Redonda existiram no mundo real, mas diz que na Idade Média existia uma espada encrustada numa rocha e que pode ter inspirado o nascimento de Excalibur e da Lenda do Reino de Camelot.

Assim defende o autor do blogue «Maestrazgo templario» que indica as ruínas de uma abadia em Chiusdino, uma pequena aldeia da toscana italiana, como a fonte das lendas. A aldeia presta tributo a São Galgano, um cavaleiro italiano cujas histórias se tornaram muito populares na Idade Média, e que segunda se conta, após levar uma vida militar, violenta e plena de excessos, Galgano de Montesiepi decidiu abandonar as armas e retirar-se para viver como um eremita após um sonho em que lhe aparecera o arcanjo S. Miguel e lho ordenou.

Foi assim que, no Natal de 1180, D. Galgano cravou a sua espada na rocha, com o objetivo de a converter numa cruz e de elevar um pequeno templo no lugar.

A história deve ter chegado aos ouvidos do monge bretão Geoffrey de Monmouth, que se inspirou nesta história e inclui a mítica “Excalibur” na sua obra “História dos Reis da Grã-Bretanha”.

Provavelmente, o monge britânico ter-se-á inspirado no militar romano do séc. II Lucio-Artorio Castro, e na espada de S. Galgano para criar a Lenda de Rei Artur.

A presença de inscrições arturianas nos muros da abadia de S. Galgano, construída entre 1200 e 1268, época da em que a lenda de Camelot já circulava pela Europa, tem servido aos habitantes da aldeia toscana para reivindicar que a autêntica Excalibur está lá.

Estudos realizados em 2012, por investigadores da Universidade de Pavia, dataram o fabrico da espada de S. Galgano de entre os séc. XII e XIII e comprovaram que a totalidade da folha da espada de encrostada na rocha, o que coincide na totalidade com a lenda. Contudo, os estudos não conseguiram determinar de que forma foi cravada na pedra nem se seria possível retirá-la.

Talvez mesmo só um homem verdadeiramente digno a tenha conseguido retirar, empunhá-la e tornar-se, quem sabe, rei, tal como Rei Artur e a Excalibur.

 

Imagem de capa de hotelavalon.com.br