Já há algum tempo que não ando de táxi, nem nunca experimentei as plataformas Uber e Cabify mas, depois do sucedido esta semana a minha certeza é uma: muito dificilmente voltarei a entrar num táxi.
Durante anos recorri com alguma frequência aos táxis e posso dizer que apanhei um pouco de tudo.
Desde profissionais que desrepeitavam os limites de velocidade de forma excessiva, a profissionais que reclamavam de distâncias curtas e procuravam o caminho mais longe.
Tive também amigos que foram assaltados por taxistas sendo que, num dos casos, se tratava de toda a alimentação que a pessoa trazia para duas semanas.
Feita queixa à Antral a mesma nada disse.
No entanto, apanhei também profissionais que, ao enganar-se no caminho pediram desculpa e assumiram a responsabilidade cobrando o preço normal da viagem. Profissionais simpáticos e que sabiam respeitar os clientes e os outros condutores.
Serão sem dúvidas estes os profissionais claramente prejudicados com toda a atitude que os taxistas tiveram e têm vindo a ter contra a Uber e a Cabify.
Não existe qualquer mal em organizar um protesto para reivindicar direitos que julgam ter. O mal está em vandalizar viaturas e colocar em risco a vida de profissionais e clientes das plataformas contra as quais estão a lutar.
Sem qualquer tipo de desculpa, o merecido para todos os que praticaram estes actos era a identificação e a aplicação da pena devida pelos crimes cometidos.
Qualquer actividade tem que saber respeitar a concorrência que venha a surgir na sua área.
Se todos nós optássemos esse tipo de atitudes perante uma concorrência que começa a dar sinais de ser uma boa alternativa, teríamos que optar por criar uma profissão própria apenas para nós.
Se existem questões de regulação a clarificar deverão ser apresentadas nas entidades competentes para o efeito.
Quanto ao resto os taxistas terão que se habituar à dura realidade da lei da concorrência, melhorando a sua oferta e os serviços prestados.
Qualquer profissional em qualquer área tem essa luta como uma constante diária.
Perante toda a polémica criada, os taxistas acabaram por cancelar o protesto agendado para esta segunda-feira, após reunião com os responsáveis pela tutela.
É sem dúvida uma atitude diferente e que talvez devesse ter tomado desde início.
Esperemos que esta atitude permaneça e que, no final de todo este processo e com a devida regulamentação, todas as plataformas possam coexistir e prestar um serviço de qualidade aos clientes que por elas optem.
A bem da concorrência.
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