12 Maio 2022      17:44

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O massacre que esquecemos

por Giuseppe Steffenino

Fotos de cidades atingidas ou destruídas evocam a memória de histórias ouvidas de tios e avós que, com reticências e distorcendo os nomes, às vezes falavam às crianças de Mykolaiv, de Kiev, do Bug Oriental.

Poucos italianos se parecem lembrar hoje que, entre o verão de 1941 e janeiro de 1943, o exército italiano participou da invasão da União Soviética, lutando principalmente no sudoeste da Ucrânia. A campanha da Rússia italiana representou a participação militar do Reino da Itália na Operação Barbarossa, lançada pela Alemanha nazi contra a União Soviética.

Dos cerca de 300.000 soldados italianos enviados para aquela frente, aproximadamente 77.000 não retornaram e 40.000 retornaram feridos ou amputados ou semicongelados. As perdas causadas diretamente pelas suas ações quer entre os 425.000 soldados soviéticos implantados nessas áreas, quer entre os habitantes, não são conhecidas.

 

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Giuseppe Steffenino, natural do noroeste da Itália, está ligado a nós pela admiração que ele tem a Portugal e ao Alentejo em particular, onde, com a sua companheira, Manuela, foram salvos de um afogamento numa praia o ano passado. Aqui e ali a pandemia está a mudar a nossa maneira de viver e pensar. Esse médico com barba branca, apaixonado por lugares estrangeiros e um pouco idealista, interpreta este tempo curvo, oferecendo-nos os seus sonhos, leituras, viagens, lembranças, pensamentos, perguntas, etc.