17 Setembro 2019      11:21

Está aqui

O jogo antigo que o Alentejo não deixa morrer

A Malha é um dos mais ancestrais e enraizados jogos populares nas tradições rurais alentejanas e junta em torno de si várias gerações, de homens e mulheres, que insistem na sua preservação. 

Mesmo que não o pratica está familiarizado com o jogo, que consiste em arremessos da malha (uma chapa de ferro grossa) para tentar derrubar o "xito", uma peça cilindrica colocada na vertical no chão.

Desde 1993 que, de uma forma organizada, municípios do Alentejo Central organizam um evento com o intuito precisamente de manter esta tradição, valorizando-a e promovendo-a sobretudo junto das novas gerações, tendo no seu histórico reunido já mais de 10 mil praticantes.

Este ano a Festa da Malha decorre em Estremoz, naquela que é a sua 26ª edição, que decorre no próximo domingo, dia 22 de setembro, com o início do torneio marcado para as 09h30, no Parque de Feiras e Exposições de Estremoz e a entrega de prémios marcada para as 17h30.

E embora "apresente um quadro competitivo, tem-se tornado no grande ponto de encontro dos amantes desta modalidade, em que a participação e o convívio são os fatores mais importantes".

A malha tem origem remota e já se praticava na Grécia Antiga, tendo sido os romanos a introduzir esta prática na Península Ibérica.

O jogo, habitualmente, desenrola-se nos largos e praças das vilas e aldeias, em chão de terra batida, e ganhou grande popularidade no Alentejo, sendo praticado por homens, na esmagadora maioria, e por mulheres, de diversas idades.

Sem necessidade de árbitro, na malha são os jogadores que fazem cumprir regras antiga e as dúvidas resolvem-nas no diálogo, junto ao "xito". Quem disse que o "blockchain" era uma coisa de hoje?

Imagem de capa de Carlos Neves.