22 Outubro 2018      11:06

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O Instituto Politécnico de Beja precisa de Todos!

Uma ressalva que faço já, que, normalmente, se faz nestas ocasiões: não estou particularmente abalizado para falar sobre o Instituto Politécnico de Beja (IPB) uma vez que nunca lá fui aluno, não lecionei no instituto e a relação de proximidade que tive, foi por inerência de funções…

Esclarecidas as minhas limitações sobre o assunto em causa, quero, desde já dizer, que fiquei profundamente chocado com a notícia que, recentemente, saiu a público, em que se dá a conhecer que, no âmbito do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, o IPB ficou com mais de metade das vagas disponibilizadas por ocupar (52%).

O IPB, a par de muitas outras instituições e serviços públicos, constitui um verdadeiro suporte para a coesão territorial do Baixo Alentejo e condição fundamental para a própria sustentação do tecido económico (habitação, outros serviços, etc) e tem sido um motivo para a própria afirmação da região.

Não fosse a existência do IPBeja, a par dos já desaparecidos do distrito, Universidade Moderna e Instituto de Serviço Social, e a qualificação académica/profissional seria consideravelmente inferior à que temos na região...

O IPBeja é, pois, uma entidade de elementar e reconhecida importância que mudou a vida de muita gente e contribuiu para o desenvolvimento da região.

É certo que isso nem sempre é reconhecido. Recordo-me que, enquanto fui Presidente de Câmara, pude estar presente em TODAS as aberturas solenes do ano letivo, não vendo, na altura, a mesma atenção e interesse por muitos colegas autarcas, designadamente (e isso aconteceu em duas ou três ocasiões) da própria Sede de Distrito...

Este “divórcio” que tem origem em “culpas de parte a parte” tem sido demonstrado pela pouca envolvência que o IPBeja tem na comunidade regional e consequentemente pela pouca valorização da comunidade em geral da grande importância desta instituição universitária.

Esta perceção de que o IPBeja é um agente menor, deriva também do facto de se associar, no presente, estas e outras notícias à falta de visibilidade e eventual falta de adaptação ao mercado de trabalho do cursos lá ministrados.

Ora isso, em minha opinião, é de extrema injustiça para uma entidade que alberga entre outros um instituição de referência em pesquisa científica com é o CEBAL (Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo) e muito recentemente (Diário de Notícias de 19 de agosto) foi apontada como sendo de “excelência”, no que a cursos fora de Lisboa e Porto diz respeito, no âmbito  da Licenciatura em Engenharia Informática, designadamente referente à Cibersegurança, em que é uma referência nacional e internacional.

Muito recentemente, também, com exceção da Universidade Aberta, o Curso de Solicitadoria à Distância, foi considerado um exemplo nacional e considerado o melhor do País.

Nestes termos, é, para mim, claro que o IPBeja, não obstante o pouco sucesso dos cursos de, por exemplo, ciências agrárias, área fundamental e decisiva para o País, em que a região é “ponta de lança com concorrência reduzida”, se deverá repensar o papel do IPB e isso passará por:

  • Criar uma plataforma de convergência, alargada, interpartidária e abrangente dos mais variados setores da vida económica

  • Promover regularmente um Encontro/Fórum, com vista a promoção do IPB e da oferta académica existente, com a presença de convidados de reconhecida importância nacional e internacional

  • Valorizar os fatores positivos/sucesso que, atualmente, destacam o IPB (Cibersegurança, presença do CEBAL, etc)

  • Potenciar todos estes fatores e envolver a comunidade, agentes políticos, sociais, económicos e culturais no mesmo propósito: gerar valor acrescentado no IPB

Não querendo ser exaustivo, até porque não tenho pretensão qualquer pretensão pessoal, antes uma de ordem cívica e de preocupação com o futuro da instituição, queria dizer que este contributo é apenas algo que é sentido de forma empírica e que, por isso, sê-lo-à por outras (tantas) pessoas...

O IPB precisa de todos e todos serão parte da solução.

Assim, conseguiremos melhorar aquilo que pode e deve ser melhorado.

A região e as pessoas irão agradecer no futuro!

 

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