15 Agosto 2016      10:56

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FALHANÇO OLÍMPICO

"AO CORRER DA PENA"

Durante estas semanas, temos assistido ao desenrolar dos jogos olímpicos que decorrem no Brasil.

Jogos estes sem dúvida históricos para os EUA que vêm um dos seus melhores atletas despedir-se da competição e o nascer daquela que poderá vir a ser uma das melhores ginastas da história.

Em outras modalidades, vemos países como os EUA e a Grã-Bretanha a crescer como nunca antes visto.

Estudando um pouco o percurso destes atletas, facilmente percebemos o motivo de tal sucesso que, para além da aptidão natural dos atletas, começa muito cedo.

Estes países têm diversas escolas dedicadas única e exclusivamente à preparação de atletas olímpicos, onde o treino é intensivo e a exclusividade quase total.

O Estado e várias entidades apoiam e patrocinam os seus atletas sem qualquer discriminação entre modalidades, permitindo, em grande parte dos casos, que estes se dediquem em exclusivo à preparação olímpica.

Por cá, o desempenho em termos de medalhas para já apenas nos deu alegrias no Judo com a medalha de bronze de Telma Monteiro. No entanto em modalidades como o Ténis de Mesa e o Badminton já pudemos assistir a desempenhos incansáveis com lutas intensas pela qualificação.

Vendo o percurso destes atletas, a história é bastante diferente da acima referida.

Grande parte dos atletas vê-se obrigado a desempenhar outra actividade profissional para conseguir sobreviver, tendo que intercalar a preparação com o seu horário laboral.

Quanto aos patrocínios, a luta repete-se ano após ano. Uma busca incansável, muitas vezes infrutífera, acabando os próprios atletas por ter que fazer um esforço financeiro para poder competir.

Os resultados estão aí.

Não colocando em causa o empenho dos nossos atletas, o que é facto é que o tempo de treino e o reconhecimento da modalidade no seu País são factores que pesam na altura da competição.

Critica-se a ausência de medalhas, mas não se olha para a causa das mesmas.

Olhando para modalidades como o futebol, facilmente se percebe a diferença de apoio ao treino e às qualificações.

Milhões e milhões circulam tão e somente para esta modalidade quer a nível de investimento no treino, quer a nível de patrocínios.

Enquanto esta discriminação continuar a ser feita e o Comité Olímpico continuar a ter palavra nula sobre a situação, a ausência de medalhas continuará.

O treino e a preparação fazem um atleta, mas a crença do seu País em si é também uma grande influência.

Veremos o desenrolar da história em Tóquio no ano de 2020.

 

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