27 Novembro 2021      05:45

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O espaço entre o tudo e o nada

Definimos o vazio como a ausência de matéria. Onde ele existe não há mais nada. Pode ser uma sensação, pode ser um espaço físico. Poderá até ser muito mais, dependendo da nossa imaginação. O vazio não tem nada, o que faz dele passível espaço onde alguma coisa se pode instalar.

Tudo é o absoluto. Define o completo e o complexo. Nele a totalidade é suma. Há, no tudo, absolutamente tudo. Ele pode definir-se por antítese ao nada.

O nada, como já ponderamos, é o contrário do tudo e aquilo que existe no espaço do vazio. Quando pensamos em nada, é difícil visualizar, quase impossível criar o conceito de alguma coisa que não existe. Tantas vezes fechamos os olhos e procuramos a concretização de uma imagem, algo que preencha o espaço vazio e que transforme o nada em tudo.

O mesmo se poderia aplicar às almas das pessoas e a linha ténue que nelas separa o tudo do nada. Em altos e baixos, há dias em que a alma se veste de nada e o vazio preenche todas as linhas do seu formato. Outros há em que o tudo completamente reveste a alma.

Os primeiros são os dias escuros em que o ser humano retrocede e para. Os segundos são aqueles em que o avanço é real e as almas recuperam o tempo perdido e se preenchem, exalando uma luz e um brilho muito próprios.

Há almas que vivem somente no nada e não avançam em nenhum dos planos possíveis que aqui já abordamos.

Outras há em que o tudo se prolonga por dias e por anos e renascem a cada nascer do sol, perfeitas na sua imperfeição, mas completas e sem lugar a espaços vazios.

O espaço entre o tudo e o nada é, por isso e talvez, algo muito indefinido que pode ser compreendido não por aqueles que o pensam e o escrevem, mas por aqueles que sentem esse espaço, que viveram já a plenitude do tudo e o vazio do nada.

O espaço entre o tudo e o nada pode não ser visível ou palpável, porém todos já o experienciamos nos nossos dias, nas nossas almas, entre o finito e o infinito e assim o continuaremos a fazer, sem pensar muito nisso.