Tornou-se comum usarmos a expressão andar com a cabeça nas nuvens. Referimo-nos a alguém que está distraído, que não está com os pés assentes na terra.
Porém, o que são as nuvens para aqueles que vivem nelas? Aqueles cuja cabeça ocupada paira acima dos céus mais próximos do castanho, cinza ou verde ou azul das planícies, das montanhas, dos mares, dos desertos e das cidades.
Trazem consigo a água em várias formas. Todo o processo de construção das nuvens e da sua função no ecossistema é absolutamente impressionante.
Há nuvens de vários tamanhos, de formas tão diferentes e tão excêntricas que podemos ver nelas aquilo que menos esperamos, desde animais a formas humanas. Há nuvens mais claras e solitárias, há nuvens mais escuras, carregadas e gigantes.
Todos temos os nossos dias em que podemos considerar que andamos com a cabeça nas nuvens. Quem nunca sentiu dificuldade em concentrar-se, em que pensamentos secundários substituem pensamentos principais, intrometem-se e não permitem o foco no que é essencial. Este será o lado negativo. Por outro lado, há dias em que sabe tão bem andar com a cabeça nas nuvens, nessa nuvem clara em forma de ilha deserta, sozinha no meio de um céu azul, quase como se fosse algodão doce.
Talvez resida aí a beleza das nuvens, na simplicidade. Ou talvez a beleza resida na água que carregam e nos campos que alimentam, nos reservatórios que completam e nos corpos que hidratam e saciam.
Talvez mais bonitas ainda seriam se as pudéssemos tocar e desenhar nelas os mundos que as nossas ideias veem, antes de terem sido viatos por tantos outros. Aposto que duas pessoal a olhar para a mesma nuvem, num dia soalheiro, veriam diferentes coisas.
E depois há aquelas nuvens que brincam com o sol durante todo o dia. Essas atrás das quais o sol se esconde e brinca connosco, fingindo ter desaparecido e não ser mais.
Hoje não há nuvens no céu que possa ver daqui, mas em algum lugar deste mundo que toda em volta de si próprio, certamente haverá uma ou milhares de nuvens e nelas outros milhares andarão com a cabeça ocupada.