A Associação de Produtores Queijo Serpa (APS) e o Instituto Politécnico de Beja vão lançar o projeto “QI 4.0 – Queijo Serpa DOP – A Inteligência Artificial na Produção Artesanal”, no próximo dia 22 de fevereiro, na Feira do Queijo do Alentejo, em Serpa.
Em comunicado, a APS explica que o projeto visa “aplicar algoritmos baseados na instrumentação para a monitorização do processo de cura do Queijo Serpa DOP, através da experimentação, testagem de ferramentas digitais e conceitos baseados em ‘machine learning’”.
Segundo a mesma fonte, “a transferência de conhecimento para o sector dos lacticínios irá permitir uma melhoria qualitativa do produto final, maior garantia da segurança alimentar, menor impacto ambiental e maior sustentabilidade”.
O projeto tem o apoio do Programa Promove da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e conta ainda com a parceira Quesandaluz, Associação de Queijos Andaluzes, no sul de Espanha, que já está a aplicar a mesma tecnologia nos queijos dos seus produtores.
De acordo com a associação, o objetivo é desenvolver uma aplicação móvel, que irá funcionar como “assistente virtual”, “vocacionado para auxiliar o produtor de queijo na tomada de decisões durante a cura do queijo, tendo por base as características definidas no caderno de encargos do Queijo Serpa DOP, a implementação de princípios assentes na inteligência artificial e a utilização de sensores para a monitorização contínua de parâmetros de qualidade do queijo e condições ambientais”.
Neste sentido, a aplicação procura “aperfeiçoar a qualidade do processo de cura, garantindo padrões consistentes, e contribuindo para a eficiência e inovação na indústria queijeira”.
“Este sistema utilizará algoritmos produzidos através do ‘machine learning’, permitindo a valorização comercial do queijo, redução da produção de queijo com defeito, redução do consumo energético, aumentando assim a eficiência operacional”, adianta o mesmo comunicado.
Para os promotores do projeto, com a IA, os produtores de queijo “não apenas reduzem perdas, mas também promovem uma produção mais inteligente, adaptável e alinhada aos princípios da economia circular”.
O projeto prevê ainda “a capacitação e formação dos empresários da região geográfica de produção para a aplicação dessas mesmas técnicas, bem como a constituição de uma rede regional transfronteiriça de partilha de conhecimento entre pares e disseminação de boas práticas ao nível da incorporação da Inteligência Artificial na produção artesanal, que contribuam para um Queijo Inteligente (QI), com elevado valor acrescentado e com elevada capacidade de promoção nos mercados externos”.
Fotografia de coalho.pt