2 Maio 2020      10:34

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Novembro

Eis que chega o mês em que a nossa história, está semi-novela mexicana, este exercício de incursão neste tipo de textos, que faço pela primeira vez e que, confesso, não é fácil encontrar acontecimentos e temas que mantenham o leitor agarrado ao continuar da história e que tenham interesse para chegar até ao fim.

Aquilo que já causei a Eloísa é confrangedor, muitas vezes dei-lhe os maiores desgostos. Tantas outras fiz com que fosse a mulher mais feliz da vida. Já lhe dei vida e já a fiz perder. Não acreditais? Na próxima semana sabereis.

Neste mês de novembro, envolvida em tanta paixão, confundida entre amor, destino, solidão, riqueza e pobreza, decidi na minha maior autoridade de narrador e da pessoa que melhor conhece Eloísa e a única que pode decidir o que vai acontecer a seguir.

Poderá a leitora ou o leitor tentar imaginar o fim da história. Não conseguirá chegar até ele.

Porém, sendo eu um narrador que procura criar empática com os seus leitores, contar-lhe-ei.

Dia 15 de novembro, Pablo viajou com Rodrigo e um grupo de empresários. Eloísa ficou sozinha no resort. Cansada de tanto estar no meio de dois amigos que, sem o saberem, eram os maiores rivais, tomou aquela decisão de que já vos vinha a falar há muito tempo.

Eloísa decidiu alterar o rumo da sua história. Agarrou no telefone e ligou a quem tanto esperava a sua chamada. Não, não foi a Rodrigo nem poderia ser. Apesar das suas investidas, e da sua tentação, Eloísa não queria Rodrigo. Também não telefonou a Pablo. Ligou aos seus pais na Madeira. Falou com eles e disse-lhes que não se preocupassem com a sua falta de notícias nos tempos próximos e que lhes telefonaria logo que pudesse.

Desligou o telefone, foi ao escritório de Pablo e, com acesso à câmara secreta que tinha instalado, sabia o código do cofre e abriu o cofre. Pos todos os dólares dentro de um saco bem como os diamantes e todas as jóias. Ficou vazio. Eloísa teve a gentileza de o fechar. Pablo só regressaria ao fim de cinco dias e aí, já estaria bem longe.

Quando se preparava para sair, o telefone tocou. Era Pablo, queria saber como estava ela e o seu filho que se gerava dentro dela. Falou-lhe no seu tom suave de mulher apaixonada. Descansou-o.

Ao desligar o telefone, agarrou na mala, nos três bilhetes de avião para destinos falsos, e o seu verdadeiro destino em que viajaria como Elizabeth Martinez, recorrendo a um passaporte falsificado que tinha atempadamente arranjado. Pensais agora, como é possível? É e tinha mesmo de ser assim.

Ao fechar a porta, Eloísa olhou uma vez para trás e pensou: talvez pudesse ter sido feliz aqui, talvez pudesse ter dado felicidade a este homem... mas acabaria sozinha, disso eu sei. Assim levo comigo o seu filho e a pensão de alimentos para o resto da sua vida.

Embarcou às 18:00 no voo UA... na próxima semana saberemos o seu destino. Na próxima semana teremos o final da história.

 

 

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