11 Maio 2022      11:18

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Nova reitora de Évora defende Alentejo com “voz única”

Hermínia Vasconcelos Vilar, nova reitora da Universidade de Évora

Hermínia Vasconcelos Vilar, a nova reitora da Universidade de Évora (UÉ), afirmou que o “desígnio” para o seu mandato passa pela criação de “uma voz única” no Alentejo para a defesa dos interesses da região.

Em declarações à Lusa, Hermínia Vasconcelos Vilar disse que “temos que criar uma voz única na defesa dos interesses do Alentejo e ultrapassar os limites de uma representação político eleitoral muito reduzida”.

A nova reitora falava após a cerimónia de tomada de posse, realizada na sala de atos do Colégio do Espírito Santo, na passada terça-feira. “Não podemos aceitar que um país seja apenas o litoral”, sublinhou a professora, considerando que até “têm sido feitos muitos esforços para contrabalançar” a litoralização, mas é preciso “ainda fazer mais”.

Nesse sentido, Hermínia Vasconcelos Vilar defendeu que a UÉ “tem que ser protagonista de um discurso de defesa da região”, manifestando-se “completamente empenhada em protagonizar esse discurso”.

Ou seja, “levar as dificuldades do crescimento da região a todos os níveis que forem necessários”, com o apoio das instituições regionais, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e das câmaras municipais, disse.

A nova reitora da UÉ estabeleceu ainda como prioridades mais imediatas para o seu mandato a resolução dos problemas de financiamento da academia e a falta de alojamento para estudantes da instituição na cidade.

Já no seu discurso de tomada de posse, Hermínia Vasconcelos Vilar alertou para o “subfinanciamento”, considerando que é “um dos maiores desafios que se colocam às instituições de ensino superior”.

“Embora esta constatação não tenha nada de novo, vale sempre a pena lembrar que as instituições de ensino superior não têm a massa salarial dos seus colaboradores assegurada pelo Orçamento do Estado, sendo necessário recorrer a receitas próprias”, frisou.

A responsável alertou também para o “impacto gravoso na gestão” das instituições provocado pelos aumentos dos encargos relacionados com o gás e a eletricidade, “já para não falar nos encargos com obras em alguns casos indispensáveis para o cumprimento de compromissos assumidos no âmbito de projetos e de diferentes programas de financiamento”, acrescentou.

Por sua vez, a reitora cessante da UÉ, Ana Costa Freitas, considerou que, durante os seus mandatos, foram alcançados “números muito bons, como, por exemplo, o aumento de alunos ou de publicações, mas outros haverá que não serão tão bons”.

“Só o assunto das residências me ficou atravessado. Ao fim de oito anos, vejo agora uma hipótese de aumentar o número de camas” para alunos da UÉ, o que “é muito mau, porque a falta de camas é imensa na cidade”, reconheceu.

Recorde-se que a professora Hermínia Vasconcelos Vilar, do Departamento de História da UÉ, foi eleita reitora da academia alentejana para um mandato de quatro anos nas eleições realizadas no passado dia 31 de março.

A sua equipa reitoral é constituída pelos vice-reitores João Valente Nabais, Ana Paula Canavarro e Paulo Quaresma e pelos pró-reitores Ana Fialho, Vítor Nogueira, Clarinda Pomar, Paulo Mendes e Augusto Peixe.

Nota do editor: A Tribuna Alentejo errou na sua peça original. Ao contrário do que escrevemos a nova Reitora não "quer ser" a voz única do Alentejo, mas defende antes que o Alentejo tenha voz única. Pelo facto pedimos desculpa à nova Reitora e aos nossos leitores.

Fotografia de cistersaboresesaberes.blogspot.com