26 Março 2018      12:57

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"Nós somos a mudança"

“Olhem à vossa volta. Nós somos a mudança!”, terminou assim a intervenção de Cameron Kasky, um dos organizadores da marcha contra a utilização não regulamentada de armas nos Estados Unidos.

A iniciativa “March for our lives”, começou nos Estados Unidos mas alargou-se a todo o Mundo. Reino Unido, Tóquio, Espanha, Índia, Israel e também a Portugal.

É uma iniciativa organizada única e exclusivamente por jovens, vítimas ou familiares de vítimas de tiroteios nos Estados Unidos.  

Este é um movimento que vai muito mais além da marcha já realizada e que contou com milhares de pessoas. É um movimento a nível mundial e com uma força que parte da juventude que faz lembrar outras lutas já passadas e vencidas que foram iniciadas desta mesma forma.

Muito se diz dos jovens. Que não se interessam, que se encostam, que não lutam. Pois aqui está o exemplo que o contrário pode acontecer.

Quando um grupo de jovens consegue despoletar um movimento mundial, devemos pôr os nossos olhos neles e, não só apoiar, como também inspirar-nos a, também nas nossas lutas, colocarmos todo o nosso empenho e dedicação, sem medos dos poderes alegadamente instalados, seja a nível profissional, seja a nível pessoal, ou político.

O Papa Francisco salientou a iniciativa com esta frase: “queridos jovens, vocês têm o que é preciso para gritar”. E sim, isso é verdade.

Ainda há dias, num espectáculo, ouvi dizer: “nós portugueses lá fora, somos espectaculares, trabalhamos, lutamos e temos grandes vitórias”.

“Cá, quando alguém o tenta fazer, é imediatamente puxado para baixo, vendo-se sem apoio e numa luta quase inglória”.

Estes jovens ousaram fazer erguer as suas vozes para, de uma vez por todas, terminar o flagelo do armamento indiscriminado de pessoas nos EUA. Sem medos de associações que até apoiam o próprio Presidente dos EUA e o seu Partido.

Têm como foco a justiça por aqueles que injustamente perderam as suas vozes apenas por estarem no sítio errado à hora errada.

Decerto que este movimento irá continuar e, oxalá traga rápidos bons resultados.

Por cá, devíamos olhar para eles e pensar se, o tempo que perdemos a criticar-nos uns aos outros ou por serem mais jovens, ou por serem mais velhos, não seria melhor aproveitado na união de esforços para causas comuns que actualmente necessitam de uma voz e luta activas.

Estes jovens merecem não só ser ouvidos, mas também uma vitória.

Por cá, que os jovens se façam igualmente ouvir e que, quando o façam sejam ouvidos com propriedade e não com foco no próximo comentário negativo no Facebook.

Somos efectivamente espectaculares.

Basta que nos permitam sê-lo.