22 Abril 2019      13:05

Está aqui

Na sexta extinção, o asteróide somos nós

Hoje, 22 de abril, celebra-se o “Dia Internacional da Mãe Terra”, efeméride que tem por objetivo apelar à responsabilidade coletiva com a intenção de preservar a natureza e a biodiversidade.

No entanto, não basta apelar! Nas atuais circunstâncias, um olhar mais atento sobre o planeta sugere que, se nada mais for feito, estamos à beira de uma possível sexta extinção em massa.

O registo histórico dos últimos dois séculos não deixa qualquer margem para dúvida, a alteração da composição da atmosfera, o aumento da acidez dos oceanos e o aumento da temperatura média do planeta têm principalmente origem humana, particularmente, devido ao aumento das emissões de CO2 proveniente das atividades humanas.

Por outro lado, a humanidade já transformou mais de 50% da superfície terrestre do planeta, provocando danos irreparáveis no ecossistema global. Arrasou uma grande parte das florestas tropicais e expulsou espécies dos seus habitats naturais. Como consequência direta, estão hoje em vias de extinção mais de 25% de todos os mamíferos; cerca de 40% dos anfíbios; mais de 30% dos tubarões; cerca de 20% dos répteis; mais de 30% dos corais; e mais de 15% das aves do planeta.

As evidências nunca foram tão fortes e biodiversidade é um exemplo disso. A vida na Terra enfrenta ameaças crescentes e todos os ecossistemas do nosso planeta estão sob forte pressão, designadamente ao nível: do clima; da biodiversidade; da saúde dos oceanos; do desmatamento; do ciclo hídrico; do ciclo de azoto; e do ciclo de carbono. 

Durante décadas os cientistas têm alertado para o facto de se esta tendência persistir, as populações de vários animais selvagens poderão cair em média 67% até 2020.

É um facto que nos últimos 500 milhões de anos a Terra passou por cinco extinções em massa, nas quais a biodiversidade do planeta se reduziu súbita e drasticamente.

Mas, pela primeira vez na história do planeta essa extinção está a ser provocada por uma única espécie, a humana. Nunca, como agora, o planeta perdeu espécies a um ritmo tão rápido quanto o atual.

A conclusão é clara e cruel: estamos a arrasar o planeta a grande velocidade. A estabilidade do ecossistema global que favoreceu a nossa espécie durante cerca de 12 mil anos e que permitiu o crescimento civilizacional, não é algo com que possamos vir a contar durante muito mais tempo.

Talvez por isso, um dos físicos e cosmologistas mais respeitados da história, o britânico Stephen Hawking, tenha afirmado que a humanidade tem apenas mais mil anos na Terra.

Assim e perante todas as evidencias, é urgente repensar a forma como produzimos e consumimos, caso contrário a sexta extinção será o legado mais duradouro da humanidade. E, desta vez, o asteroide somos nós!

 

Siga o Tribuna Alentejo no  e no Junte-se ao Fórum Tribuna Alentejo e saiba tudo em primeira mão