A história surge pela mão de Carlos Dias no Público e demonstra que os Montes Alentejanos surgiram por um ato de rebeldia dos povos do sul da Península contra aquilo que seria então a constituição de estado em fase embrionária, promovido pelos fenícios, no século VII A. C.
Rui Mataloto, arqueólogo, defende que o aparecimento dos Montes Alentejanos “revela a incapacidade da sociedade em dar o salto para modelos mais complexos de organização”.
Rui Mataloto explica que “O monte foi concebido, há mais de 2500 anos, com base na arquitectura mediterrânica transmitida pelos fenícios, logo, é um modelo urbano que preza a privacidade do espaço, ao ser organizado em torno de pátios que evitam a observação exterior”. O paradoxo está neste modelo habitacional que “não faz sentido no Alentejo onde temos paisagens que nunca mais acabam, com o vizinho mais próximo a ficar lá não sei onde, o que permitia, a quem neles residisse, a andar nús e ninguém reparava”.
O Alentejo e a sua paisagem, moldada por estas pequenas comunidades rurais, que subsistem da agricultura e criação de gado, acaba por ganhar uma identidade muito própria, com base na instalação do "Monte", surgido geralmente junto de linhas de água permanentes, dado o seu carácter agrícola e pastoril.
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