2 Novembro 2023      10:35

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Montemor-o-Novo exibe “Imagens em Movimento” da Cinemateca

A Cinemateca Portuguesa inicia hoje, quinta-feira, em Montemor-o-Novo, o projeto de descentralização “Imagens em Movimento”, que visa divulgar o património cinematográfico português em todo o país, apoiar atividades locais e dinamizar redes de exibição.

De acordo com a agência Lusa, o projeto vai ser desenvolvido durante um ano e surge na sequência do programa de digitalização do cinema português em curso pela Cinemateca, que visa promover “a disseminação” desse património, não só através do apoio a “iniciativas locais de programação”, em colaboração com associações e cineclubes, mas também com “uma reflexão sobre as estratégias e desafios de programar cinema de património” pelo país, sem esquecer “o passado, presente e futuro das redes nacionais de exibição em sala”.

Neste sentido, a primeira etapa das “Imagens em Movimento” tem início hoje no Cine-Teatro Curvo Semedo, em Montemor-o-Novo, com um programa a decorrer até dia 11, dedicado ao sonoplasta Alexandre Gonçalves, natural de Évora, que a Cinemateca define como “uma das figuras incontornáveis do Cinema Novo português”.

Segundo a Cinemateca, “a sua vida e obra serão celebradas com a exibição de novas cópias digitais de cinco filmes em que foi responsável pela conceção e direção do som, incluindo ‘As Pedras e o Tempo’”, primeira obra de Fernando Lopes, “obra precursora do Cinema Novo português”.

O programa, feito em colaboração com o Cineclube e a Filmoteca Municipal de Montemor-o-Novo, passará também por uma exposição com peças do acervo da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema e do Cine-Teatro, que permitem fazer “uma breve introdução à história do som no cinema português”.

Além disso, o programa inclui uma oficina sobre a natureza e a evolução do som no cinema, com orientação do engenheiro de som Franco Bosco, técnico de preservação da Cinemateca. A oficina terá sessões destinadas ao público escolar, numa colaboração do Plano Nacional de Cinema com o Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo.

Para as próximas etapas, a Cinemateca conta já com a Associação Ao Norte, de Viana do Castelo, os cineclubes da Maia, de Pombal, Avanca, Abrantes (Espalha Fitas), Torres Novas, Mértola e Faro, assim como com a Associação Provisória – Saboia, de Odemira, estando ainda a decorrer “o mapeamento das entidades” com quem o projeto será posto em prática.

Note-se que a Cinemateca tem em curso a digitalização do património cinematográfico à sua guarda, num projeto a desenvolver até 2026, que envolve 43 mil minutos de obras cinematográficas e prevê um investimento de cerca de nove milhões de euros, com participação do Plano de Recuperação e Resiliência.

Encontra-se também a desenvolver o projeto FILMar, com financiamento de 880 mil euros, através Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), com o objetivo de digitalizar e preservar 10 mil minutos de filmes portugueses relacionados com o mar.

 

Fotografia de publico.pt