27 Fevereiro 2021      09:13

Está aqui

Moinhos de vento regressam a Évora

Cervantes, pela voz de Sancho Pança, dizia “aqueles que ali aparecem não são gigantes, e sim moinhos de vento, e o que neles parecem braços são as asas, que, empurradas pelo vento, fazem rodar a pedra do moinho” tentando elucidar D. Quixote.

Estes “desaforados gigantes” eram não só uma marca dos campos de Castilla La Mancha, mas também uma marca pródiga das paisagens dos campos alentejanos.

Os moinho de evento eram parte essencial da cultura e economia alentejana. Com a mecanização, caíram em desuso e muitos acabaram por ruir.

Agora, em Évora, será recuperado um dos cinco moinhos e existentes no Alto de S. Bento.

Com esta recuperação, este moinho voltará a estar capaz de realizar a sua função tradicional: a da moagem de cereais.

Realizada por várias fases, a primeira dedicar-se-á à construção de todo o “engenho” em madeira (entrosga, carreto, fechal, mastro, etc), normalmente as primeiras coisas a perecerem e desaparecerem. Seguir-se-ão as recuperações de construção civil e um reforço de estabilidade da torre. Por fim, será montado o engenho e o capelo. Ao todo, o investimento saldar-se-á em cerca de 100 mil euros.

Presume-se que os moinhos do Alto de S. Bento datem de antes de 1929. O Núcleo Museológico do Alto de São Bento, foi criado em 2001 e nele se têm desenvolvido atividades nas áreas das ciências naturais e ambiente, cidadania, história e património, sendo que este novo moinho abre novas oportunidades de colaboração relacionadas com o pão.

 

Imagem de wikimedia. org