21 Dezembro 2022      17:20

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Ministra defende “uso humanizado” do Alentejo Litoral

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, defendeu hoje, segunda-feira, que é necessário haver um equilíbrio entre a proteção da biodiversidade e o investimento económico no litoral alentejano.

A governante, que falava à agência Lusa após presidir à cerimónia de apresentação pública da Estratégia Regional do Alentejo Litoral 2030, afirmou que “não podemos fazer investimento a qualquer custo, mas também os territórios só estarão preservados e protegidos se houver uso desses territórios”.

Segundo Ana Abrunhosa, deve haver “um uso humanizado e sustentável” do território e a defesa da biodiversidade e o investimento económico não são áreas antagónicas, nem sequer no litoral alentejano, onde têm surgido algumas polémicas que opõem estes dois setores.

“As duas coisas andam sempre ligadas, não podem é estar separadas, ou seja, quem defende o ambiente e quem defende a biodiversidade não pode estar contra o investimento, mas os investidores podem e devem investir cuidando ao mesmo tempo da água, do solo, do ambiente e da biodiversidade”, sustentou.

Esta sessão, promovida pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) e presidida pelo presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, contou com várias intervenções, tendo sido apresentados dois projetos privados de investimento, um turístico e o outro agrícola.

Para a ministra, estes projetos são “dois exemplos paradigmáticos” do equilíbrio que defende. “Não é pelo facto de não utilizarmos o território que ele fica protegido”, disse, aludindo aos incêndios.

“A proteção e a preservação do território implica que nós façamos uso desse território e, portanto, a preservação da biodiversidade e a sustentabilidade, que é os cuidados que temos que ter no uso do solo, no uso da água, têm que ser compatíveis com o investimento”, frisou.

Quanto à Estratégia Regional do Alentejo Litoral 2030, constituída por três objetivos estratégicos e 12 linhas de ação, Ana Abrunhosa considerou que “contém todos os ingredientes para, a partir de agora, se começarem a construir projetos concretos”, muitos dos quais “têm que reunir vários parceiros”.

“É absolutamente essencial que haja uma estratégia sub-regional que esteja alinhada com o que são os princípios ou os objetivos do desenvolvimento sustentável, com o que são os princípios que norteiam a aplicação dos fundos europeus e a estratégia também do Alentejo”, afirmou.

Melhorar a qualidade de vida e bem-estar, investir num futuro verde e sustentável e fomentar a proximidade geográfica e digital são os três objetivos da estratégia do regional.

O presidente da CIMAL, na sua intervenção, defendeu que a retenção e atração de mais pessoas para a região e a inversão do atual défice demográfico são as apostas mais importantes para os atingir.

De acordo com Vítor Proença, os cinco municípios da CIMAL (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira) defendem a criação de programas que aumentem a habitação acessível, o investimento público na saúde, a melhoria de estradas e do transporte ferroviário, a aposta na transição digital e incentivos à eficiência hídrica e escassez de água, entre outras iniciativas.

 

Fotografia de portugal.gov.pt