Vinte e cinco casas
três ruas
duas travessas
o largo da igreja
o sino que toca, de hora em hora,
descansa na madrugada silenciosa.
Há sons que caminham
pelas estradas não alcatroadas,
de terra batida, de calçada.
O eco desafia a velocidade do som
e repete-se, repete-se, repete-se
até que as velhinhas entendam
à segunda ou à terceira vez
a vida citadina dos seus filhos
que o sonho desfez.
Aqui o céu está mais perto da terra
— Tão perto, que a nossa voz se perde
por tão longe que quisemos ser.
imagem de nit .pt
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Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático. Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta. www.claudino.eu