11 Março 2025      10:13

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“Memórias do Alentejo” de José Manuel Espiga Pinto expostas em Estremoz

José Manuel Espiga Pinto, artista alentejano

A Galeria Howard's Folly, em Estremoz, vai receber, de 16 de março a 27 de abril, a exposição “Memórias do Alentejo”, em homenagem ao 85.º aniversário do nascimento de José Manuel Espiga Pinto (1940-2014).

Em comunicado, o Legado ESPIGA Pinto refere que a mostra tem o apoio institucional da BIALE – Bienal Internacional do Alentejo 2025, e as peças expostas foram criadas na década de 60, aquando do regresso de Espiga ao Alentejo.

Segundo a mesma fonte, as peças “são exemplos de excelência do seu período neorrealista, que refletem a sua infância em Vila Viçosa”. As memórias e a ligação à vida rural no Alentejo influenciariam toda a sua obra.

Note-se que José Manuel Espiga nasceu em Vila Viçosa durante a Segunda Guerra Mundial, em 1940, e estudou escultura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, obtendo importantes prémios e distinções ao longo da vida pela sua contribuição multidisciplinar para as artes.

Espiga afirmou que foi na sua chegada a Estremoz, tinha então cerca de 20 anos, que assumiu como “sentido cósmico” para a sua vida “cantar o Alentejo”, “explorando as principais formas figurativas e temas recorrentes, que mais tarde se tornariam a base para o simbolismo cósmico, patentes ao longo de uma extensa carreira de mais de 60 anos”, acrescenta o Legado ESPIGA Pinto.

De acordo com os promotores, o trabalho de curadoria “põe em evidência as impressões iniciais de Espiga, descrevendo uma ‘jornada pelo nosso modo de ser português’”. Serão expostas peças em diversos suportes, incluindo pintura, trabalhos sobre papel, desenho em tinta-da-china sobre cortiça e escultura em bronze.

Já a imagética “representa a vida típica do Alentejo histórico, com composições que incluem o cavalo, o touro, a roda, a carroça, a apanha da azeitona, os agricultores, a camponesa e as festas locais”.

Os promotores destacam ainda “Roda”, de 1965, pelo seu elemento icónico, “com tons laranja evocando a luz do amanhecer sobre a carroça no labor matinal nos campos e representando o símbolo de continuidade da vida”.

A exposição centra-se nos primeiros trabalhos da década de 1960, referidos pelos conhecedores da sua obra como a “Série do Alentejo”.

Esta exposição tem a curadoria de Amie Conway e Alex Cousens, profissionais independentes com um longo trajeto nas artes, baseados em Londres, Reino Unido, trabalhando diretamente com os dois herdeiros, Aurora e Leonardo Espiga Pinto, filha e filho, respetivamente.

As obras são provenientes da coleção que o próprio artista cuidadosamente construiu, com agradecimentos pelo empréstimo de outras obras por parte de importantes coleções particulares.

Juntamente com o apoio institucional da BIALE 2025, a exposição conta com o apoio da The Sovereign Art Foundation, Grupo de Hotéis Marmóris, Galeria Alvarez, Galeria Aqui d’El Arte – CECHAP, T.ART e Collage.pt.

 

Fotografia de swportugal.pt