7 Setembro 2021      10:50

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Mármore alentejano apresentado em linha de mobiliário em Milão

O Line of Marble, o novo programa de promoção internacional do mármore português, foi apresentado esta segunda-feira num evento de design de mobiliário em Itália, avança o jornal ECO. Em destaque esteve uma linha de produtos e objetos funcionais de uso diário e de mobiliário em mármore alentejano, idealizados por nove ateliês nacionais e estrangeiros de design e arquitetura.

A iniciativa parte da Associação Cluster Portugal Mineral Resources (ACPMR) e da Assimagra – Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais, e teve como palco a Super Salone e a Milan Design Week, em Itália – o evento de referência mundial para o setor do mobiliário, sobretudo na área do design. Os secretários de Estado da Economia, João Neves, e da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, estiveram presentes como testemunhas.

Entre os ateliês que idealizaram a linha de objetos a apresentar destacam-se Gabriel Tan, Marta Brandão e Mário Sousa, Noé Duchaufour-Lawrance, Paula Moucheira, Sam Baron e Toni Grilo. Já o fornecimento de pedra, a produção e a execução das peças ficou a cargo das empresas Airelimestones, Formas de Pedra, Magratex, Netostones, Moca Stone e Solubema e ETMA.

“O mármore português e, neste caso específico, o alentejano, tem possibilidade de se afirmar cada vez mais internacionalmente em vários campos, tendo em conta as infinitas possibilidades de aplicação, desde o mobiliário à decoração, passando pelo lado funcional”, sublinha Marta Peres, diretora executiva do Cluster, que neste projeto beneficiou de financiamento europeu através do programa Alentejo 2020.

Apesar da reduzida dimensão territorial, Portugal está historicamente nos primeiros dez lugares entre os principais produtores e exportadores de pedra natural para fins ornamentais, encontrando-se atualmente na 7.ª posição mundial e a 3.ª a nível europeu.

Além disso, desde 2015 que a quota de mercado portuguesa está a subir, tendo representado em 2020, segundo dados provisórios, 2,6% do comércio mundial.

O setor da pedra natural para fins ornamentais é constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas (PME) de base familiar, que asseguram 13 380 postos de trabalho diretos, num total de 2 112 empresas (410 de extração e 1 693 de transformação) distribuídas de norte a sul do país, mas geralmente concentradas nas regiões onde também existe o recurso mineral.

É o caso do triângulo Borba / Vila Viçosa / Estremoz no caso dos mármores; de Pero Pinheiro, Santarém, Porto de Mós, Alcobaça e Ourém que concentram os calcários; ou de Monção, Vila Pouca / Pedras Salgadas, Ponte de Lima, Penafiel, Moimenta ou Pinhel que são a chamada zona dos granitos.

Depois de seis anos consecutivos de crescimento, com uma média de 6% ao ano nesse período que elevou o valor das exportações para 427 milhões de euros em 2019, as vendas ao exterior da indústria extrativa e de transformação de pedra registaram uma quebra homóloga de 14% em 2020, arrastadas pela pandemia, o que equivaleu a menos 60 milhões de euros e menos 410 mil toneladas de produto exportado.

Já no primeiro semestre de 2021, os números mais recentes disponibilizados pela Assimagra, a partir das estatísticas de comércio internacional do INE, mostram que as exportações portuguesas de pedra natural cresceram 20,3% em valor e 27,6% em volume, face aos primeiros seis meses do ano anterior.

Com crescimentos homólogos de 20,5%, 24% e 8,9% até junho, China, França e Espanha continuam a ser os melhores mercados para a pedra natural portuguesa. Do top 10 de destinos, à exceção dos clientes franceses e espanhóis, todos os outros subiram o preço médio da tonelada de produto exportado. Na primeira metade deste ano, os chineses pagaram mais 4,7%, embora os suecos sejam imbatíveis no crescimento do preço médio (27,8%).

 

Fotografia de dn.pt