9 Setembro 2016      11:47

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MÁRIO MOITA, UM ALENTEJANO QUE CONQUISTOU O MUNDO

Mário Moita nasceu no Alentejo e desde muito cedo revelou a sua tendência pela arte musical. Com apenas 8 anos ganha a gala dos pequenos cantores do distrito de Évora e com 10 anos apresenta-se nas festas de sua terra em Reguengos de Monsaraz para 3000 pessoas, e inicia os seus estudos de piano no conservatório de música de Évora com a Profª Maria de Lurdes Horta. Teve a felicidade de conhecer o pianista Furtunato Murteira que era contemporâneo do grande compositor de Fados Alberto Janes (Também de sua cidade Reguengos de Monsaraz), e o qual lhe deixou todo o seu espólio de partituras de Fados para Piano (tem a primeira partitura do fado Foi Deus).

Sempre dedicado ao fado ao piano, fruto da herança de seu mestre pianista Fortunato Murteira, Mário aprendeu no Japão com o Historiador e amigo Prof. Ito Genjiro a transmitir não “apenas” música mas associar a música à cultura e á história magnifica de Portugal. 

Hoje contém um currículo invejável cheio de viagens e televisões por mais de 30 países da Roménia à Estónia, da Polónia ao Japão, passando por mais de metade do Brasil onde é bastante acarrinhado pelos midia nomeadamente o JO SOARES, que já o convidou várias vezes para o seu famoso talk show. Fomos conversar com ele, em vésperas de concretizar um sonho antigo, atuar no Teatro Garcia de Resende, em Évora.

 

Tribuna Alentejo: Apresentas-te perante o público pela primeira vez aos 8 anos. De onde te vem o gosto pela música? Tens ou tiveste mais músicos na família ou foste um pioneiro?

Mário Moita: Os meus pais sempre viajaram muito pela Europa, e quando eu tinha uns 5, 6 anos trouxeram-me um pequeno teclado, e eu começei a tocar varias músicas de ouvido. O gosto pela música vem dos meus pais. Tenho uma história muito curiosa, pois eu chorava como qualquer criança e a minha mãe descobriu que se colocasse música clássica a tocar eu me acalmava, e assim parece que ouvi dezenas de discos quando era bebé. Tenho vários músicos na família, nomeadamente um primo da minha avó que foi o 1.º Oboé do São Carlos, e professor do conservatório  nacional.
 
 
Tribuna Alentejo: O que guardas como memória mais forte quando cantaste para os seus conterrâneos pela primeira vez?
 
Mário Moita: As pessoas faziam gosto em me cumprimentarem e darem-me os parabéns.

Tribuna Alentejo: Mantiveste-te ligado à música até à ida para a Universidade ou é o ambiente académico que te estimulou a voltar a ela?

 
Mário Moita: Mantive-me sempre ligado à música, pois estudei na academia de música eborense. Durante a Universidade participei no programa de televisão, na SIC, Chuva de Estrelas, o qual foi um impulsionador na minha carreira. 1 ano antes, em 1992, fundei o Grupo Académico Seistetos.

Tribuna Alentejo: Compreendemos que a tua ligação especial ao Brasil e o carinho que o Brasil te tem dedicado comece na língua que nos une. Mas e o Japão? Como se estabelece essa ligação?

 
Mário Moita: O Japão é um pais que estabeleço desde 2000 um laço de amizade incrível.
Fui convidado para participar num programa da Tv Asahi, com uma das grandes artistas Japonesas (Anri) e em 2001 dei início a uma série de tournées que me levaram a dezenas de cidades, e de teatros. Tem sido uma experiência única.
 
 
Tribuna Alentejo: Como se carrega a responsabilidade de subir aos palcos no estrangeiro e ter essa missão exigente de estar a representar-se também o país e a sua cultura?
 
Mário Moita: Carrega-se com naturalidade, e com o sentimento que os nervos só atrapalham (risos).
Desde 2001 que desenvolvi no Japão um tipo de espectáculo cultural, que ainda hoje não se faz pelo mundo Português. Associo Cultura, História e Música nos espectáculos. Como? Só vendo dias 17 e 18 no Garcia Resende.

Tribuna Alentejo: E como surgiu a amizade com Jo Soares?

 
Mário Moita: Surgiu com o inicio de trabalho com um grande produtor Brasileiro que era e é muito amigo dele.
 
Tribuna Alentejo: Sabemos ser um sonho antigo teu atuares no Teatro Garcia de Resende em Évora e é difícil compreender como isso só acontece agora. O que antecipas para os concertos de 17 e 18 de Setembro?
Mário Moita: Antecipo que irei fazer 2 grandes espectáculos, para que o publico eborense entenda porque corro tantos países, tantos teatros pelo mundo e tenho tanto sucesso além fronteiras. Serão espectáculos onde o principal é o público, e não o artista. Vão entender quem for ao Garcia...
 
Imagem de capa daqui.