14 Maio 2023      10:53

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Litoral Alentejano quer ligação ao Alqueva

Álvaro Beijinha, vice-presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral
Álvaro Beijinha, vice-presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral

Álvaro Beijinha, vice-presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), alertou para a necessidade de reforçar as ligações a Alqueva para minimizar o impacto da seca na agricultura e avisou que a situação na região é "bastante preocupante".

De acordo com Beijinha, as culturas de regadio, como o arroz, o milho e o tomate, bem como as culturas permanentes, como o olival e o amendoal, estão a ser afetadas pela falta de chuva desde o início do ano. As barragens da região estão com cotas muito baixas, sendo que Campilhas, no concelho de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, está a pouco mais de 10% e Monte da Rocha, no concelho de Ourique (Beja), apresenta uma cota muito semelhante.

Segundo Beijinha, no concelho de Santiago do Cacém, entre 2.500 e 3.000 hectares não serão regados este ano, o que terá um impacto negativo na ordem dos 10 milhões de euros, o que é bastante significativo. Assim, o autarca defende o reforço das ligações da barragem de Alqueva a Campilhas e Monte da Rocha para minimizar o impacto dos efeitos da seca neste território.

No entanto, Beijinha também alertou que o preço da água de Alqueva cobrado aos agricultores da região é elevado e aumentou 35%, o que preocupa os agricultores e os produtores de gado que estão a vender os animais porque, sem água para regar os campos, não conseguem suportar os custos das rações. Alguns agricultores até decidiram não produzir arroz devido ao preço elevado da água.

Beijinha pediu ao governo e à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, para prestar mais atenção a esta região, que ainda vive muito da agricultura. O autarca reiterou que os agricultores têm estado muito desacompanhados nesta matéria e que é necessária uma maior atenção do governo.

No que diz respeito ao abastecimento de água à população, Beijinha reconheceu que os problemas poderão agravar-se se não houver um maior investimento a nível nacional em alternativas que garantam a retenção de água, tendo em conta o agravamento da situação de seca e a contínua falta de chuva na região.