3 Fevereiro 2018      11:01

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LISTAS DE ESPERA NO HOSPITAL ESPÍRITO SANTO DE ÉVORA CONTINUAM A AUMENTAR

Os anteriores Governos atribuíram, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a maior prioridade à redução do número de consultas médicas realizadas fora dos Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG).

Assim, na anterior Legislatura, a percentagem de consultas hospitalares que ultrapassavam os TMRG registou uma evolução positiva, como o comprova o facto de a mesma ter decrescido de 31%, em 2010, para 26%, em 2015.

Contudo, o atual Governo voltou a subir a percentagem de consultas realizadas fora do TMRG para 28%, como logo sucedeu em 2016, um aumento de 2 pontos percentuais, que compromete os resultados positivos que estavam a ser alcançados pelos anteriores executivos.

A agravar o que se acaba de referir, acresce mesmo que os tempos de espera para consultas hospitalares continuaram a aumentar no último ano, obrigando milhares de doentes a esperar largos meses, por vezes mesmo anos, pelo acesso às consultas de que carecem, assim vendo comprometido o seu direito à proteção da saúde.

Tal é o que sucede no Hospital Espírito Santo de Évora, EPE, onde os tempos médios de resposta para primeiras consultas de especialidade ultrapassam significativamente os TMRG, como os exemplos seguintes, apenas os mais graves, sobejamente evidenciam:

  • 783 dias de espera para uma consulta da especialidade de Cirurgia Geral - Obesidade;

  • 435 dias de espera para uma consulta da especialidade de Otorrinolaringologia;

  • 432 dias de espera para uma consulta da especialidade de Neurologia;

  • 337 dias de espera para uma consulta da especialidade de Dermato-Venerologia;

  • 331 dias de espera para uma consulta da especialidade de Ortopedia;

  • 293 dias de espera para uma consulta da especialidade de Pneumologia;

  • 282 dias de espera para uma consulta da especialidade de Oftalmologia;

  • 236 dias de espera para uma consulta da especialidade de Cirurgia Plástica Reconstrutiva.

Esta é uma situação absolutamente inaceitável e que responsabiliza particularmente o Governo, bem como os partidos políticos que o apoiam, tanto mais que, há já dois anos, o Ministro da Saúde se comprometeu publicamente, perante a Assembleia da República, em reduzir substancialmente os TMRG nas consultas hospitalares realizadas no âmbito do SNS.

Com efeito, a 6 de Abril de 2016, o referido membro do atual executivo socialista afirmou na Comissão de Saúde, em resposta a uma pergunta que lhe fora dirigida por um Deputado do Grupo Parlamentar do PSD, que “O ponto de partida no final do ano passado [2015] foi que apenas 74% das respostas eram garantidas dentro do Tempo Máximo de Resposta Garantida. Este é o ponto de partida, cabe-nos a nós, no final do ano [2016], apresentar um ponto de chegada diferente e esperemos que substancialmente melhor. Mas também lhe digo, Sr. Dep.º [referindo-se a Cristóvão Simão Ribeiro], tudo o que for menos de 80% será pouco ambicioso.”

Devemos exigir que o Governo adote sem mais demora as medidas que se impõem para inverter esta crescente degradação das condições de acesso dos doentes aos cuidados de saúde no SNS, importando ainda que o executivo informe a Assembleia da República imediatamente sobre a forma de como pretende reverter a situação que deixou agravar.

 

Imagem de hevora.min-saude.pt