13 Janeiro 2022      18:04

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Legislativas 2022: Bruno Martins | Cabeça-de-lista do BE por Évora

O candidato do Bloco de Esquerda por Évora é Bruno Martins, de 38 anos, licenciado em Psicologia Clínica pela Universidade de Évora.

É, atualmente, Diretor Técnico da Associação de Paralisia Cerebral de Évora, tendo experiência na área da intervenção clínica com jovens com deficiência e suas famílias. Colaborou na Universidade de Évora como Assistente Convidado do Departamento de Psicologia e como Psicólogo no Gabinete de Apoio ao Estudante e no Centro de Intervenção Psicológica.

Enquanto estudante foi Presidente do Núcleo de Estudantes de Psicologia da Universidade de Évora e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia. 

É membro do Bloco de Esquerda, partido do qual é dirigente distrital, sendo atualmente eleito na Assembleia Municipal de Évora.

Faz parte do grupo de trabalho do Bloco de Esquerda pelos Direitos dos Animais e integra o Movimento de Cidadãos contra a Exploração Mineira na Serra do Monfurado.

Colabora, regularmente, com vários órgãos da comunicação social local e regional em programas de debate político e artigos de opinião.

"A candidatura do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Évora surge para romper com a visão de um país que tem deixado o interior ao abandono. É uma candidatura da esquerda plural, progressista e que recusa o conservadorismo de todas as cores. Já demonstrámos no passado que cada voto no Bloco de Esquerda conta e acrescenta e que estamos preparados para todas as responsabilidades que os eleitores decidirem confiar-nos. 

Como pano de fundo para estas eleições estão as diferentes narrativas veiculadas nos últimos meses, mas a realidade demonstra bem quem estava interessado na crise política que foi criada. Estamos  orgulhosos da importância que o Bloco de Esquerda teve em 2015, viabilizando uma solução política que derrubou a direita e permitiu o início de um ciclo de recuperação económica.

Foi a força do Bloco, e da sua exigência de um compromisso escrito para toda a legislatura que permitiu ao país sair do pântano. Consideramos que foi importante exigir a renovação de um acordo com o Partido Socialista em 2019, acordo que o PS rejeitou, preferindo a imprevisibilidade das negociações pontuais. E sabemos que os orçamentos não são reféns de anúncios de crises políticas, mas instrumentos para mudar a vida concreta das pessoas.

Em termos programáticos e de prioridades para o distrito, julgo ser importante consultar todo o programa do Bloco para o país, disponível em https://programa2022.bloco.org/, ainda assim gostaria de destacar 6 grandes prioridades para o nosso Distrito: 1) Saúde; 2) Habitação; 3) Mobilidade; 4) Transformação da Agricultura e Defesa da Água Pública; 5) Um Serviço Nacional de Cuidados para Crianças, Seniores e Dependentes.

Ao nível da Saúde, se há falta de profissionais de saúde em todo o país, esta é ainda mais penalizadora no nosso Distrito. É urgente definir uma estratégia nacional de recursos humanos do SNS, que estruture carreiras de todos os profissionais e aumente salários e que aposte num regime de exclusividade atrativo. É urgente promover a fixação de profissionais de saúde em regiões carenciadas como a nossa, com incentivos remuneratórios; a abertura de unidades de cuidados continuados; a requalificação das unidades de saúde familiar; o fortalecimento das Unidades de Cuidados na Comunidade; a criação de gabinetes de saúde mental nos centros de saúde; e claro o investimento urgente no novo Hospital Central do Alentejo que deverá ter uma gestão exclusivamente pública, e que deverá ser mesmo Hospital Universitário. Temos a oportunidade única de, em conjunto com a Universidade de Évora, abrir uma Escola de Saúde que permita formar médicos, mas também outros técnicos de diagnóstico e terapêutica (terapeutas da fala, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais) que em conjunto com as formações já existentes em enfermagem e psicologia possam dar um importante impulso para a fixação de profissionais de saúde no Alentejo

Ao nível da Mobilidade, é prioridade a criação de uma rede pública de transportes de qualidade que ligue todos os Concelhos em horários que sirvam a população.  Defendemos, ainda, um Plano Ferroviário Nacional deve assentar num programa de investimentos públicos ao longo de duas décadas para requalificar integralmente a Rede Ferroviária Nacional e corrigir as assimetrias e reforço da coesão social e territorial. A ligação ferroviária Sines-Évora-Caia, importante investimento para o país e para a região, deverá integrar desde a 1ª hora o transporte de passageiros. Quanto a infraestruturas rodoviárias, particularmente degradadas no Alentejo, preconizamos a criação de um novo modelo de financiamento da sua renovação.

Quanto aos Cuidados, não ignoramos que a provisão de cuidados sociais continua a assentar, em grande medida, nas famílias e, dentro destas, a significar uma enorme sobrecarga das mulheres no cuidado de crianças, idosos e pessoas dependentes. O Alentejo necessita urgentemente da abertura de oferta de educação pré-escolar nos Concelhos com défice na resposta e a inclusão das creches no sistema publico, garantindo a sua gratuitidade; o investimento e reforço da rede pública de serviços direcionados para a população mais idosa, apostando num modelo de Serviço de Apoio Domiciliário e de Centros de Proximidade; e a efetiva concretização do Estatuto do Cuidador Informal.

Ao nível da Habitação, não ignoramos que o parque habitacional é hoje quase exclusivamente privado e extremamente vulnerável à especulação, o que tem levado a um aumento de rendas injustificável e impossível de suportar pela maior parte das famílias, especialmente os mais jovens. Necessitamos de canalizar os fundos do PRR para financiar um parque habitacional público que permita requalificar o edificado existente e praticar rendas acessíveis. Este choque no mercado permitirá descer as rendas dos privados e fixar a população.

Quanto ao Sector Agrícola, propomos outra forma de pensar a Agricultura: mais aberta ao conhecimento técnico-científico, centrada em processos ecológicos, com maior proteção ambiental, mais segurança alimentar e melhor qualidade de vida para quem nela trabalha. Não podemos continuar a admitir que os solos mais produtivos e a água do nosso Distrito estejam a saque pelos modos de produção intensivos e superintesivos. O resultado tem sido a destruição de solos, do montado, a sobre-exploração dos recursos hídricos da região e o recurso a formas precárias, por vezes quase escravas, de trabalho."