26 Agosto 2020      00:16

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Investigação da UÉ alerta para o impacto das alterações climáticas na biodiversidade marinha

Um estudo levado a cabo por Joana Portugal, doutoranda da Universidade de Évora (UÉ), explora os principais padrões globais de biodiversidade marinha e projeta de que forma estes poderão vir a modificar-se no final do século devido ao impacto das alterações climáticas.

Os resultados apontam para a migração generalizada de espécies para latitudes maiores de forma a encontrarem refúgio em áreas com uma maior adequação ambiental.

Este trabalho é pioneiro na abordagem macro ecológica com que se abordou estes problemas em ambientes marinhos, e servirá agora de orientação para implementar estudos pormenores em áreas ou espécies identificadas como de risco face às alterações climáticas iminentes.   

A grande suscetibilidade das espécies marinhas às mudanças que o clima tem sofrido nas últimas décadas levaram Joana Portugal - sob a orientação de Miguel Araújo, investigador da Universidade de Évora, Rui Bairrão da Rosa, Professor Auxiliar do Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa (FCUL) e de François Guilhaumon, Investigador do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento, em França - a proceder a uma investigação à escala global e a doutoranda da academia alentejana realizou uma abordagem macroecológica (subcampo da ecologia que estuda as relações entre os organismos e o seu ambiente em grandes escalas espaciais) que se propõe analisar o impacto das alterações climáticas num grupo circunscrito de espécies.

Para tal, analisou dados de diversas áreas para tentar compreender a distribuição probabilística de 125 espécies de lagosta, 161 espécies de cefalópodes, e 103 espécies de pequenos peixes pelágicos, considerados exemplares de elevado interesse económico sempre com a intenção de contribuir para uma melhor perceção que a comunidade científica tem dos padrões de biodiversidade nos oceanos, a autora orienta a sua análise para melhor compreender os impactos climatéricos sentidos nos oceanos e avaliar qual a capacidade de adaptação destas espécies no futuro.

Os resultados da sua pesquisa visam nortear, a longo prazo, estudos mais pormenorizados em áreas de risco elevado ou com espécies mais vulneráveis, de forma a encontrar soluções que melhor permitam definir medidas de gestão e conservação futuras que tenham em atenção a proteção de espécies marinhas com elevado valor económico e ambiental.

Para a realização da investigação, Joana Portugal contou com o apoio do Research Centre in Biodiversity and Genetic Resources (CIBIO\InBio), do grupo Climate Change and Biodiversity (BIOCHANGE) da Universidade de Évora (UÉ) e do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Laboratório Marítimo da Guia - faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

 

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