5 Agosto 2020      13:18

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Insolvência de Centro Comunitário em Portalegre arrasta 30 pessoas para o desemprego

O Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu, em Portalegre, entrou em insolvência, arrastando cerca de 30 trabalhadores para o desemprego, revelou a Associação de Pais e Amigos da instituição.

Em declarações à Lusa, Ana Salomé de Jesus, presidente da Associação de Pais e Amigos do Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu (APASBart), lamenta a situação, considerando que foi provocada por “desleixo”, pela forma como a instituição foi gerida ao longo dos últimos tempos. “A direção deveria ter estado mais presente e nunca esteve”, acrescentou.

O Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu é uma instituição particular de solidariedade social, criada pela paróquia de São Lourenço. Possui duas extensões na cidade alentejana, com as valências de creche, pré-escolar e atividades de tempos livres, com cerca de 80 crianças.

Numa carta enviada aos encarregados de educação, a administração da instituição explica que nos “últimos tempos” tem-se verificado “grande fragilidade” económica no centro, e que se recorreu ao Processo Especial de Revitalização (PER), que foi aprovado, mas “impugnado” pela entidade bancária credora.

No documento a que a Lusa teve acesso, lê-se: “não obstante esta situação, a atual pandemia veio diminuir muito as receitas, tendo-se verificado uma redução superior a 50% no número de crianças, facto que coloca em causa o pagamento das despesas correntes e, consequentemente, o futuro da instituição”.

A administração do Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu realça ainda que é com “grande tristeza” e “enorme pesar” que comunica aos encarregados de educação que a instituição não reúne condições para continuar a sua atividade no próximo ano letivo, e que deixará de prestar os serviços às crianças, famílias e à comunidade a partir do dia 31 deste mês.

Por sua vez, a presidente da APASBart considera que a pandemia é “uma desculpa” que a administração da instituição apresentou. “A instituição entrou em layoff, também recebeu do layoff, as crianças que se mantiveram continuaram a pagar as mensalidades, a Segurança Social não cortou as comparticipações, portanto, não pode ser só por aí. Se não houvesse todo esse passado de complicação económica não seria pela Covid-19 que se ia fechar uma casa destas”, referiu.