8 Julho 2021      08:53

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Iniciativa procura voluntários para reabilitar casas degradadas em todo o país

O projeto Camp In vai reabilitar, durante o verão, 44 casas de particulares que vivem em situação de pobreza, com a ajuda de cerca de 600 voluntários, anunciou a associação organizadora, Just a Change. Alandroal é um dos concelhos abrangidos pela iniciativa.

Em declarações à Lusa, o diretor executivo do Just a Change, António Bello, explicou que “o projeto consiste na reabilitação de casas de famílias e de particulares carenciados, através da mobilização de voluntários e da comunidade local, assim como empresas, fornecedores, empreiteiros, instituições locais e câmaras municipais. No fundo, mobilizamos a comunidade à volta das casas que reabilitamos, porque a nossa missão é reabilitar casas e construir vidas”.

As habitações são sinalizadas através das instituições sociais, em conjunto com as câmaras municipais e as juntas de freguesia, e posteriormente analisadas caso a caso pela Associação Just a Change. Esta iniciativa já conta com sete edições, e irá trabalhar entre julho e agosto, em 11 campos distribuídos de norte a sul do país: Óbidos, Sever de Vouga, Faro, Loulé, Alandroal, Portimão, Lagoa, Vila Pouca de Aguiar, Tondela e Torres Vedras.

“O projeto abrange uma solução completa, acima de tudo de construção [e] reabilitação, desde o telhado até ao chão, todas as patologias que uma casa tenha nós tentamos resolver: reparar telhados, paredes, tetos, janelas e vãos, chão, reparações elétricas, de gás, canalização, esgotos”, estando também incluída “a parte mais estética, de pintura e decoração, como colocar móveis e equipamentos”, acrescentou António Bello.

Segundo esta associação sem fins lucrativos, existem três aspetos inovadores nesta iniciativa: a mobilização dos jovens como voluntários, a mobilização da comunidade envolvente, o que aproxima a população local dos beneficiários, e a integração das famílias no processo das suas casas.

Em comunicado, a Just a Change refere ainda que “outra externalidade positiva deste projeto, para além da coesão social gerada na comunidade local, é a promoção e a valorização do território, reforçando a identidade de quem neles vive ao levar aos seus habitantes dignidade, esperança e alegria. A identidade das localidades é mantida por se respeitar os traços de arquitetura tradicional e a sua recuperação promove melhorias em termos de eficiência energética”.

Estas reabilitações permitem impactar várias vertentes nas áreas da saúde, segurança, conforto e bem-estar, poupança, proteção ambiental, valorização imobiliária e do próprio território envolvente e social, com os jovens voluntários a ter contacto com situações de extrema pobreza.

Este ano, o objetivo principal é a reabilitação das 44 habitações selecionadas para o verão, com o intuito de chegar às 55 no final do ano, e a colocação de 20 painéis solares “com o mínimo de percalços possíveis devido à pandemia”.

Note-se que, desde 2010, a associação já recuperou mais de 220 casas e 65 instituições, beneficiando mais de 4700 pessoas, em todos os municípios do país, com a ajuda de mais de 5000 voluntários.

 

Fotografia de facebook.com