Dezenas de imigrantes manifestaram-se esta terça-feira, em Odemira, contra o plano do Governo para notificar milhares de estrangeiros em situação irregular a deixarem voluntariamente o país. Os manifestantes exigem mecanismos mais eficazes de legalização para quem vive e trabalha em Portugal há vários anos. O protesto decorreu de forma pacífica, reunindo sobretudo cidadãos oriundos da Índia, Nepal e Bangladesh.
Muitos dos imigrantes afirmam estar integrados na comunidade local, com empregos estáveis em sectores como a agricultura, comércio e turismo. Apesar de terem iniciado processos legais para obter o título de residência, viram os seus nomes inseridos na “lista de não-admissão” do Espaço Schengen, por terem sido considerados irregulares noutro país europeu. Com essa anotação, se saírem de Portugal, não poderão regressar, ficando numa situação de bloqueio legal.
A medida do Governo, anunciada no início de maio, prevê a notificação de cerca de 4.500 pessoas em situação ilegal para abandonarem o país voluntariamente no prazo de 20 dias. A plataforma Solidariedade Imigrante considera esta decisão injusta e alerta para o impacto humano e social destas expulsões. Segundo a associação, só no concelho de Odemira residem cerca de 15 mil cidadãos estrangeiros, número que poderá ser superior se forem contabilizadas as pessoas em situação indocumentada.
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