O projeto-piloto que tem como objetivo a produção de hidrogénio verde em Sines recebeu uma primeira autorização de Bruxelas para avançar. Agora, é esperar que o consórcio H2 Sines chegue a acordo com a Comissão Europeia em relação ao financiamento para este projeto, adianta o Jornal Económico.
João Peças Lopes, do INESC TEC, centro de investigação que é o parceiro tecnológico do consórcio H2 Sines, afirma que “este é um projeto de investigação, pode ter a capacidade de alavancar algumas coisas, mas não é um projeto industrial”. O consórcio é atualmente constituído pelos franceses da Engie, os dinamarqueses da Vestas e os portugueses da Martifer e da REN.
O H2 Sines visa a produção de hidrogénio verde recorrendo a um eletrolisador com a capacidade de 10 megawatts (MW), usando eletricidade renovável para produzir hidrogénio limpo, sem combustíveis fosseis.
“O processo está na fase de discussão do grant agreement [acordo entre o consórcio e a Comissão Europeia para o financiamento]. O processo agora é rápido, eu diria que antes de férias, em agosto, estará pronto. O arranque do projeto em si só arranca no próximo ano”, disse ainda o diretor associado do INESC TEC.
Recorde-se que, na passada quarta-feira, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse no Parlamento que “o projeto H2 de Sines é um dos únicos três projetos que a União Europeia já aprovou pelo seu mérito”.
Em julho de 2020, quando foi lançado este projeto, estava previsto numa primeira fase, o lançamento de um projeto-piloto de 10 megawatts de eletrólise. Numa segunda fase, ao longo da próxima década, o projeto deveria evoluir para 1 gigawatt de capacidade de eletrólise, “visando a prazo a instalação de cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia elétrica renovável para alimentação dos eletrolisadores”, de acordo com o comunicado divulgado pelo consórcio a 27 de julho de 2020.
Segundo a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), publicada a 14 de agosto de 2020, o investimento previsto no projeto industrial de produção de hidrogénio verde em Sines poderia ser superior a 1,5 mil milhões de euros.
Note-se que a Galp e a EDP faziam parte do núcleo inicial do projeto, mas acabaram por sair do H2 Sines ainda antes do seu arranque.
Ainda assim, e apesar de desistir do projeto, a Galp anunciou hoje, segunda-feira, que vai desenvolver um eletrolisador nos próximos anos com uma capacidade inicial de 100 megawatts (MW) para apostar no hidrogénio verde na sua refinaria de Sines.
Fotografia de inesctec.pt
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