A Gruta do Escoural, localizada no concelho de Montemor-o-Novo, distrito de Évora, estará fechada ao público na próxima terça-feira, 15 de abril, para a realização de trabalhos de captura de imagens digitais.
A iniciativa, integrada no projeto “360 Património Cultural” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – Digitalização de Artes e Património, visa criar uma visita virtual ao espaço, através da recolha de imagens digitais.
Estas grutas alentejanas, situadas na Serra do Monfurado, são as únicas em Portugal onde podem ser observados vestígios de arte rupestre paleolítica - entre 25 000 a. C. e os 12 000 anos a. C. - contendo um espólio arqueológico testemunha da ocupação humana com mais de 50 mil anos. Foram acidentalmente descobertas em 1963 e foram classificadas como Monumento Nacional nesse mesmo ano.
Existem mais de uma centena de pinturas inventariadas que permitem estabelecer relação com a época da datação como com imagens semelhantes das mais famosas grutas do mundo como as de Altamira, La Mouthe ou La Pileta.
São cerca de trinta as galerias, além de diversas salas e corredores, em vários níveis, com pinturas de cavalos, bois, linhas geométricas abstratas e signos enigmáticos que se presumem estar ligados a rituais mágicos e religiosos do Homem pré-histórico, podendo o local assumir a forma de um santuário do Paleolítico Superior.
Gravuras de bovinos e cavalos marcam as paredes da gruta e ferramentas líticas e vestígios orgânicos de auroques, hienas, veados e cavalos mostram que o espaço terá sido abrigo de caçadores no Paleolítico Médio. No entanto, terá sido no Neolítico que esta gruta teve uma ocupação mais marcante, tendo sido usada como grande necrópole.