13 Fevereiro 2025      11:11

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Grupo espanhol Agrihold vendeu terreno no Alentejo

O grupo espanhol Agrihold, pertencente às famílias Martinavarro e Ballester, vendeu a um investidor internacional um terreno de 700 hectares no Alentejo, onde se encontra a Herdade da Zambujeira, noticia o jornal Eco, que adianta ainda que a gestão dos ativos fica, a partir de agora, a cargo do grupo ibérico Bolschare Agriculture, que tem sede na Eurocidade Elvas-Badajoz-Campo Maior e que é o atual arrendatário dos mesmos.

Esta operação envolveu, segundo a mesma fonte, a venda de uma entidade legal espanhola, que possui, por sua vez, a sociedade portuguesa Valenciagro e diversos outros ativos em território nacional, com um total de 700 hectares de plantação de tangerinas, olival e amendoal.

“A continuidade do projeto a longo prazo é mantida, incluindo a empregabilidade de todos os funcionários atuais, com a venda da empresa a um investidor internacional e do subsequente arrendamento à Bolschare Agriculture, um parceiro local deste investidor na região e o mais importante operador agrícola do sul da Europa”, asseguram, citados pelo jornal, os assessores imobiliários. 

Esta venda, cujo valor não foi divulgado, dá, assim, por concluído o projeto agrícola da família Martinavarro em território nacional, que tinha sido iniciado, juntamente com outros acionistas, no ano de 2000. Esta família fundou a Citri&Co, que se dedica à produção de citrinos, melão, melancia e fruta de caroço no continente europeu.

“Após mais de 20 anos desde o início deste projeto agrícola, atingimos um ponto de maturidade que nos permitiu tomar a decisão estratégica de alienar os nossos ativos em Portugal para nos concentrarmos em outros projetos que estamos a lançar na Península Ibérica”, destacou José Luis Martinavarro Ferrer, diretor geral da Citri&Co e acionista da Marmoagro, citado pela mesma fonte.

Para o CEO da Bolschare, a Herdade da Zambujeira “é um ativo agrícola excecional”, sendo, por isso, merecido que a operação prossiga. “O nosso compromisso com a sustentabilidade e práticas agrícolas eficientes continuará a ser um pilar fundamental neste projeto a longo prazo”, considerou ainda Pedro Foles.

Os escritórios de advogados Garrigues (grupo Agrihold), PLMJ, Baker McKenzie e a consultora KPMG (do lado do investidor) fizeram também parte dos advisors jurídicos e financeiros. De acordo com a assessoria da CBRE, chefiada por Manuel Albuquerque, diretor de Agribusiness para o sul da Europa, a promotora pôde “maximizar o valor dos ativos num ambiente de mercado desafiante, mantendo a sustentabilidade e a eficiência operacional como fatores chave”.

A CBRE destaca ainda que, ao longo dos últimos anos, o setor agrícola da Península Ibérica tem vindo a profissionalizar-se, o que tem facilitado a entrada de investidores institucionais, que são atraídos pelos rendimentos e pela possibilidade de constituição de carteiras diversificadas, que, dessa forma, se apresentam menos voláteis e com uma relação risco/rendimento menor. 

 

Fotografia de vidaimobiliaria.com