9 Janeiro 2019      10:49

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Governo brasileiro não se opõe à fusão da Embraer com a Boeing

O Governo Brasileiro não pensa em interromper a fusão entre as construtoras de aviões Embraer e Boeing, segundo declarações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional do Brasil (GSI), general Augusto Heleno, após dúvidas levantadas a este propósito pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em declarações ao jornal Folha de S. Paulo Augusto Heleno adianta que “Isso envolve um património físico, um património aeronáutico. Dentro desse património aeronáutico, existe uma preocupação muito grande com o património tecnológico, que foi conseguido a duras penas ao longo de muitos anos e que nós não pretendemos perder. Mas isso pode ser equacionado”, acrescentou o ministro.
 
“Isso envolve um património físico, um património aeronáutico. Dentro desse património aeronáutico, existe uma preocupação muito grande com o património tecnológico, que foi conseguido a duras penas ao longo de muitos anos e que nós não pretendemos perder. Mas isso pode ser equacionado”
 
O negócio, em preparação desde 2017, parece estar a viver um novo impasse, após as declarações do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que levantou reservas acerca da eventual perda de influência da Embraer para a Boeing, em resultado da fusão. As declarações de Bolsonaro provocaram a queda das ações da Embraer em 5%, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na passada sexta-feira e vêm colocar em causa o negócio entre brasileiros e americanos, já que o governo brasileiro possui  uma“golden share” na Embraer, o que precisa do aval do Planalto.

Este negócio já havia sido barrado por uma ação em tribunal no Brasil após a assinatura de um acordo de intenções em julho de 2018 para formar uma joint venture entre as duas empresas aeronáuticas, avaliada em 4,75 bilhões de dólares. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região contudo derrubou a decisão da Justiça Federal que impedia o acordo entre as empresas Boeing e Embraer.  

Pelo acordo, a Embraer fica com 20% da joint venture e a Boeing com 80%. A Embraer, por sua vez, abre mão, em favor da Boeing, de toda sua parte comercial (lucrativa) recebendo como pagamento ações que representam apenas 20% do capital da NewCo, sem ter direito a qualquer ingerência na mesma, seja como membro de conselho ou na administração”, afirmou na decisão.

Há seis anos instaladas em Évora, as fábricas da Embraer surgiram de um investimento de cerca de 180 milhões de euros e fábricas de última geração e com alta produtividade, especializadas em estruturas metálicas e materiais compósitos.

Imagem de capa de aeroflap.com.br

 

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