22 Dezembro 2020      10:49

Está aqui

Galp fecha Matosinhos e concentra atividade de refinação em Sines

A Galp vai concentrar todas as suas atividades de refinação em Sines e descontinuar o complexo de Matosinhos a partir de 2021, anunciou a empresa em comunicado.

De acordo com o jornal ECO, a decisão foi mal recebida pelos investidores, com as ações da petrolífera a tombarem 6%. A Galp justificou a decisão com “as alterações estruturais dos padrões de consumo” que levaram a empresa a fazer uma “rigorosa avaliação” das alternativas.

Assim, esta opção vai permitir à empresa poupar anualmente 90 milhões de euros em custos fixos e investimentos, além de que fechar Matosinhos permitirá à Galp evitar todos os anos emissões poluentes na ordem das 900 quilotoneladas de CO2 equivalente (âmbito 1 e 2), associadas ao sistema atual.

Em comunicado, a Galp especifica que está “a desenvolver as soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”. Entretanto, o Governo já se mostrou disponível para reunir com a Galp não só para analisar a questão dos trabalhadores, mas também para abordar a possibilidade de acesso por parte da petrolífera ao Fundo para a Transição Justa.

De acordo com a empresa petrolífera, “a empresa vai focar-se no aumento da resiliência e competitividade do complexo industrial de Sines, com uma capacidade de processamento de crude de 220 mil barris por dia e equipado com unidades de maior conversão, estando em análise iniciativas com vista ao aumento da sua eficiência processual e energética, bem como a integração de produção de biocombustíveis avançados e de outros produtos com baixo teor de carbono e de maior valor acrescentado”.

No entanto, os trabalhadores da refinaria de Sines dizem estar “muito preocupados” com esta decisão. Hélder Guerreiro, porta-voz da comissão de trabalhadores, explicou à TSF que o aparelho refinador é visto como um só, com dois polos: Matosinhos e Sines.

“Não sendo totalmente inesperada esta posição da administração da empresa, continuamos a pugnar pela continuação da refinaria do Porto, pela continuação daquela unidade industrial enquanto unidade produtiva de combustíveis fósseis”, sustenta o porta-voz.

Hélder Guerreiro defende ainda que, apesar dos objetivos da transição energética, “no futuro vai continuar a haver uma grande procura de gasóleo, gasolina”. Para o porta-voz, esta decisão vai deixar o país mais dependente em matéria de combustíveis fósseis.  

 

Fotografia de noticiasaominuto.com