7 Agosto 2021      10:56

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Festival Terras sem Sombra dá a conhecer história local de Beja

José António Falcão, diretor-geral do Terras sem Sombra

A 17.ª edição do Festival Terras sem Sombra continua a percorrer o território alentejano, chegando este fim de semana a Beja, pretendendo construir pontes entre o património edificado religioso e a música, ao mesmo tempo que divulga os aspetos mais interessantes e genuínos da paisagem e biodiversidade.

Em declarações ao Sul Informação, José António Falcão, diretor-geral do Terras sem Sombra, refere que a programação de hoje, sábado, arranca dando a conhecer “um aspeto menos divulgado da história local”.

Em Beja, o destaque é o monumento emblemático da cidade: o Castelo. O programa contempla, assim, uma visita guiada pelo próprio diretor do evento, historiador de arte que investiga, há longos anos, o património artístico da cidade.

José António Falcão refere que se trata de “uma espécie de lição viva sobre a história local”, uma vez que, “nós não conseguimos compreender a história de Beja, se não utilizarmos de alguma maneira, a referência sistemática a esta fortaleza na planície”.

É nesta noite de sábado, a partir das 20:00, que o Festival Terras sem Sombra apresenta, no Teatro Pax Julia – com entrada livre, mediante reserva – aquele que José António Falcão considera ser “o grande momento da programação do fim de semana”.

Um concerto único, em Portugal, protagonizado pela Orquestra de Câmara Música Florea, um dos mais reputados ensembles europeus no campo da interpretação estilisticamente informada, que interpretará um programa notável de música barroca checa, “muito adaptado à identidade de Beja”.

O repertório desta orquestra inclui a música de câmara, as peças sacras e seculares de caráter instrumental e vocal, os concertos orquestrais e as obras monumentais de género sinfónico, operático e oratório, dos primórdios do Barroco ao século XX.

Segundo o responsável, este é um concerto preparado com muita atenção, que leva a Beja o melhor agrupamento checo dentro daquele género musical, a que se junta a soprano Anna Hlavenková, sob a direção musical de Marek Štrynclum.

“Deus, Pátria, Rei: A Música da Era Barroca em Praga” é o título do programa que promete o esplendor e a exuberância, vocal e instrumental, da música checa daquele período histórico.

Já no domingo de manhã, pelas 9:30, o Festival prossegue na freguesia de Trigaches, onde está ainda viva uma velha tradição de fabrico da cal em fornos, aproveitando os resíduos do mármore do mesmo nome, material que aí abunda e tem alimentado a construção da cidade e da região de Beja, ao longo dos tempos.

O objetivo é dar a conhecer uma prática ancestral e sensibilizar para a salvaguarda de um produto alentejano de excelência, numa visita guiada pela técnica municipal e investigadora Maria Goreti Margalha, doutorada em Engenharia Civil e docente no Instituto Superior Técnico.

Depois de Beja, o próximo destino do Terras sem Sombra é Sines (21 e 22 de agosto) onde terá lugar o muito aguardado concerto dos checos do Clarinet Factory, um quarteto de clarinetistas que se move nas fronteiras entre a música clássica e a contemporânea, o jazz, a world music, a música eletrónica e os projetos interdisciplinares de marcado carácter inovador.

A 17.ª temporada do Festival prossegue em Ferreira do Alentejo (4 e 5 de setembro), Viana do Alentejo (11 e 12 de setembro) e Odemira (18 e 19 de setembro).

 

Fotografia de efa-aef.eu