29 Julho 2021      09:21

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Festival Rascunho celebra criação cultural no feminino em Évora

A primeira edição do Festival Rascunho – Ciclo Instável de Artes Performativas no Feminino vai decorrer em Évora até 30 de agosto, com seis espetáculos protagonizados por mulheres artistas, incluindo teatro, dança, performance e instalação.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a organização anunciou que o evento é promovido pela Colecção B, estrutura cultural sediada em Évora, em parceria com a câmara municipal, e vai ter lugar em vários espaços da cidade.

Os promotores referem ainda que a iniciativa surge na sequência do cancelamento por parte do município de Évora da edição deste ano do Festival Artes à Rua, previsto para agosto, devido à evolução da situação pandémica da covid-19.

Assim, nasce o Festival Rascunho, “representação da inconstância perante uma vida que se suspende e retoma a cada nova vaga, condicionada pela evolução ou regressão dos números da pandemia do eternamente ‘novo’ vírus” SARS-CoV-2, frisou a Colecção B.

Com direção artística de Vanda Rodrigues, o evento “quer propor à cidade a ocupação de todos os palcos por mulheres”, para dar visibilidade à criação cultural no feminino.

Segundo a diretora artística do Rascunho, “é muito importante apoiar as artes no feminino”, porque, além de “haver, historicamente, uma luta nesse sentido”, ainda hoje “subsiste um desequilíbrio nas artes performativas, entre homens e mulheres”.

Os seis espetáculos que preenchem o programa da iniciativa, todos protagonizados por mulheres e com entrada gratuita, são “esboços de novas formas”, nomeadamente “teatro que se aproxima da instalação ou dança que se aproxima do ritual”, indicou ainda a entidade organizadora.

Com a programação selecionada, a Colecção B propõe “uma aproximação do público à complexidade das artes performativas contemporâneas, também elas sempre definidas por regras que são um esboço ou rascunho”, por isso “instável” e que “configura e revela novas construções formais”.

Nos próximos dias 6 e 7 de agosto, está prevista a peça de teatro “Toca” na SOIR Joaquim António d’Aguiar, que aborda “a experiência de ser mãe”, criada por Cláudia Terrinca, da companhia UmColetivo, de Elvas (Portalegre).

A performance de teatro documental “Em Lume Brando”, de Joana Martins, em parceria com a associação PédeXumbo, tem ainda lugar nos mesmos dias, nos Antigos Celeiros da Epac, e a instalação “Abrigo”, de Joana Piçarra, em parceria com a Associação Pó de Vir a Ser, nas instalações do Antigo Matadouro.

Já o Convento dos Remédios acolhe, a 8 de agosto, o espetáculo teatral “Memorial”, com texto de Lígia Soares, que é também uma das intérpretes, juntamente com Sónia Batista, numa produção da própria Colecção B.

O encerramento do Festival Rascunho está marcado para o Teatro Garcia de Resende, a 30 de agosto, com o solo de dança “DEN.TRO”, por Maria Fonseca, da associação cultural ÚTERO, de Lisboa.