2 Maio 2022      10:03

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Festival Internacional de Teatro do Alentejo começa quinta-feira

A 9.ª edição do Festival Internacional de Teatro do Alentejo (FITA), que irá decorrer entre os dias 5 e 14 de maio, vai abrir com o espetáculo “A Odisseia de Magalhães-Elcano”, pela companhia do Teatro Clássico de Sevilha.

De acordo com a Renascença, este espetáculo tem coordenação dramatúrgica de Alfonso Zurro e “nasceu da celebração do quinto centenário da primeira volta de circum-navegação do globo terrestre, liderada pelo português Fernão de Magalhães e, mais tarde, pelo espanhol Juan Sebastián Elcano”, avança um comunicado.

A peça sobe ao palco para abrir o FITA, a 5 de maio, no Teatro Municipal Pax Julia, em Beja, pelas 21:00.

Neste primeiro dia, será também possível assistir à ópera “Paramos ou Morremos”, um espetáculo formato “audiowalk” com libreto de Simão Luís, numa produção do Quarteto Contratempus, e que vai percorrer diversas ruas da capital do baixo Alentejo, a partir das 22:30.

Esta edição do festival, numa organização da Lendias d’Encantar, conta com a presença de companhias e artistas de teatro e de dança oriundos de sete países, nomeadamente de Portugal, Brasil, Colômbia, Equador, México, Moçambique e Espanha. De resto, o país vizinho é convidado do festival, o que acontece pela primeira vez em nove edições do FITA.

António Revez, diretor artístico da Lendias d’Encantar, refere que se trata de “uma aposta clara no reforço da internacionalização, na criação de elos de ligação entre os dois países da Península Ibérica através da arte e da afirmação do festival no contexto da cultura ibero-americana”.

Com a cidade de Beja como palco principal, o festival terá extensões em outros 10 municípios alentejanos: Aljustrel, Arraiolos, Campo Maior, Ferreira do Alentejo, Grândola, Mértola, Ponte de Sor, Santiago do Cacém, Viana do Alentejo e Vidigueira.

Além de “A Odisseia de Magalhães-Elcano”, de Espanha vão chegar também as peças “Femmes”, pelo Centro Extremenho de Dança e Artes do Movimento, “Piano Blanco”, de Jimena González, e “Criaturas Domésticas”, de Lucia Trentini, esta última “uma experiência teatral que busca o contacto íntimo e o diálogo direto com o espectador”, referem os promotores.

Já o Centro Dramático Galego leva ao Alentejo “Ás oito da tarde, cando morren as nais” (“Às oito da tarde, quando morrem as mães”, numa tradução livre), um texto de Avelina Pérez, com encenação de Marta Pazosa.

É também proveniente de Espanha o espetáculo de encerramento da edição deste ano, a 14 de maio, intitulado “Elektra.25”, e levado à cena pela companhia Atalaya, com direção e dramaturgia de Ricardo Iniesta.

Já na participação portuguesa, depois da ópera do Quarteto Contratempus, na abertura, um outro destaque vai para a companhia Hotel Europa, que apresentará “Portugal não é um país pequeno”, um espetáculo de teatro documental criado e interpretado por André Amálio.

A ASTA – Teatro e Outras Artes apresenta uma produção de 2021: “Máquina de Encarnar”, com encenação de Marco Ferreira, tratando-se de um espetáculo performativo de ato único que “explora o paradoxo e a violência das relações entre os seres humanos”.

Além disso, haverá ainda espaço para duas produções “da casa”: a Lendias d’Encantar propõe a peça infantil “História de uma Boneca Abandonada”, recentemente estreada, e a Companhia de Dança Contemporânea do Alentejo (CADAC) estreia o espetáculo “Pausa Forçada”.

A programação integra igualmente uma série de espetáculos provenientes de países da América Latina, nomeadamente da Colômbia, com a companhia Teatro Nacient a levar à cena um clássico de Beckett, “À Espera de Godot”.

Do Brasil chega João Guisande com a peça “Foi por esse amor”; do Equador a proposta do Teatro de la Vuelta chama-se “Bairro Caleidoscópio”; e os mexicanos Vaca35 Teatro em Grupo vão apresentar o espetáculo “Josefina la gallina puso un huevo en la cocina” (“Josefina a galinha pôs um ovo na cozinha”).

Também pelo FITA passará “Karingana e a Batucada de Contos”, do moçambicano Klement Tsamba, um espetáculo baseado “na oralidade que navega, sobretudo, no universo das fábulas tradicionais moçambicanas”, indica a organização.

Durante o festival, as noites na Galeria do Desassossego, em Beja, preenchem-se com programação musical. Em carteira estão as atuações de Martin Sued (Argentina), Leo Middea (Brasil), Oragina Acoustic (Brasil e Itália), Afro Cromatic (Colômbia), Beba Trio (Brasil) Combo G (Espanha) e Carapaus Orkestra (Portugal).

 

Fotografia de semmais.pt