15 Agosto 2018      23:48

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Faz 73 anos que terminou a Segunda Guerra Mundial

Hitler, Nacional Socialismo ou nazismo e Holocausto. Poucas palavras cunharam de forma tão violenta o século XX. E as consequências delas deixaram um rasto tão grande que o tempo que decorre entre a mais global das guerras e o tempo presente não parece assim tão longo. Apesar dos 73 anos que faz o fim da Segunda Guerra Mundial, com a capitulação do Japão, a 15 de agosto de 1945.

A palavras Holocausto – de origem grega e que provém de holos (todo) e kaustro (queimado) – foi um extermínio dos judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, comunistas, e todos os que não mostrassem ser pela Alemanha Nazi de Hitler e que existiu enquanto durou a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, embora já antes, em 1933, logo assim que o regime nazi se instalou na Alemanha, foram criadas medidas antissemitas, como por exemplo, o afastamento dos judeus de toda a vida económica.

Toda a parte ocidental da Polónia foi ocupada pelos alemães, que fizeram reféns mais 2 milhões de judeus, encerrando-os em ghettos, bairros delimitados por arame farpado, chefiados por um conselho responsável pelo alojamento, condições sanitárias e atividades produtivas e a alimentação era escassa e pouco calórica. O alojamento era pouco para o número de pessoas dos guetos e doenças como o tifo propagavam-se com facilidade.

Além de Hitler, o coronel Adolf Eichmann foi outro dos ideólogos deste extermínio; este último, aquando do seu julgamento em Israel, declarou que só lamentava o facto ter conseguido eliminar apenas seis milhões de judeus e não os doze milhões que tinha previsto.

O campo de concentração de Auschwitz-Birkenau – em funcionamento desde 1940 e onde os judeus eram recebidos com a frase “Arbeit macht frei“ (o trabalho liberta) –  foi o campo em que o Dr. Joseph Mengele (o Anjo da Morte de Auschwitz) realizou experiências médicas macabras e degradantes; este senhor dava chocolates às crianças antes de os matar e levava-as a passear no seu descapotável até à porta da câmara de gás.

Nos campos de concentração não havia lei, nem justiça; a humanidade era rara e a esperança também. Como que máquinas cruéis, centenas de militares alemães foram capazes de manter vidas normais fora do campo, sendo pais e mães dedicados, assistindo a concertos ou frequentando a mais alta-roda da sociedade alemã, como ficou bem evidente na obra de John Boyne “O Rapaz do Pijama às riscas”.

No total, foram enviados para Auschwitz cerca de 1,1 milhão de judeus, mais cerca de 500 mil de não-judeus como prisioneiros de guerra, ciganos, polacos e outros cidadãos dos países europeus conquistados. Entre abril e julho de 1944 foram enviados cerca de 426 mil judeus húngaro: 320 mil entraram diretamente para as câmaras de gás.

Quando os soldados russos entraram no campo deparam-se com um cenário de horror; estavam ainda no campo de concentração cerca de 7000 pessoas, dez vezes menos que a quantidade de pessoas que lá estava poucos dias antes.

Durante o genocídio, a Europa assistiu a uma grande vaga de refugiados clandestinos e Portugal não foi exceção, quer como país e passagem para os Estados unidos, quer como país destinatário final. Homens como o português Aristides de Sousa Mendes, cônsul português em França, ou o empresário alemão Oskar Schindler, salvaram muitas vidas.

Entre os muitos milhares de anónimos que se viram obrigados a fugir estava, por exemplo, um dos nomes mais ilustres da Humanidade: Albert Einstein.

Às mãos do fanatismo nazis terão morrido mais de 5 milhões de judeus, 3 milhões dos quais em campos de extermínio, 1,4 milhões em operações de fuzilamento e estima-se que mais de 600 000 tenham perdido a vida nos ghettos.
Há um ano, como agora, é preciso não esquecer; não se pode repetir.

Todos e cada um de nós deve fazer a sua parte, e cumprir a humanidade que transporta em si; só isso nos levar a fazer vencer o bem, a liberdade e a justiça sobre o fanatismo, a opressão e a ignorância, porque, mesmo depois de tudo, e nas palavras de outra vítima, Anne Frank, “Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana”.

Imagem de capa de United States Holocaust Memorial Museum, courtesy of Estelle Bechoefer

 

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