10 Julho 2019      15:02

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Farmácias alentejanas em dificuldades podem pôr doentes em risco

Há farmacêuticos que alertam que hospitais põem em causa a segurança dos doentes e os deputados do PCP questionaram mesmo o Governo sobre o risco de as farmácias hospitalares do Alentejo deixarem de preparar medicamentos para quimioterapia.

A Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCPA informou que questionou os ministérios da Saúde e das Finanças, sobre este tema após terem ficado indignados com o conteúdo das declarações da própria bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e que dava conta da falta de recursos humanos, e do agravamento do problema com a falta de substituição em período de férias ou em situações de baixa por doença e parentalidade, nas farmácias hospitalares no Alentejo, em especial nos hospitais de Elvas, Portalegre e Beja.

O PCP demonstrou em comunicado "a sua preocupação com os prejuízos que daí podem decorrer para os doentes, uma vez que serão obrigados a deslocar-se a outras unidades hospitalares, em alguns casos percorrendo grandes distâncias" e querem um esclarecimento do Governo sobre este problema.

No final de junho, a Ordem dos Farmacêuticos lançou o alerta "para a situação difícil em que se encontravam os serviços farmacêuticos dos hospitais no Alentejo", que poderiam ver-se impossibilitados de produzir medicamentos para quimioterapia.

A notícia era avançada pela Revista Sábado, que citava Ana Paula Martins, a Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, apontando as causas para a falta de recursos nos serviços farmacêuticos dos hospitais alentejanos.

"Em quase todo o Alentejo, como os casos de Elvas, Portalegre e Beja há situações muito difíceis há muito tempo. Com o aproximar das férias do verão, com situações de baixa por doença e de parentalidade que não são substituídas, estamos à beira ter de deixar de produzir quimioterapia. Se acontecer em Elvas, por exemplo, os doentes têm de receber quimioterapia noutro hospital, o que implicará terem de fazer muitos quilómetros", alertava então Ana Paula Martins que acrescentou ainda os casos de farmácias hospitalares que têm de fechar às 16h00 por falta de recursos humanos.

A Bastonária defendia também que falta de regulamentação faz com que os hospitais ou não possam contratar profissionais ou o façam à margem da lei, fora do enquadramento da carreira específica.

 

 Imagem de historiascomvalor.com