O Alentejo vai receber um novo projeto-piloto da Direção-Geral da Saúde para promover a saúde mental infantil, que pretende trazer de volta o maravilhoso mundo dos contos de fadas, revela a TSF.
A campanha, promovida pelo Programa Nacional para a Saúde Mental, é destinada a crianças entre os quatro e os dez anos, e tem como parceira a livraria Fonte de Letras, em Évora. O ponto de partida é simples: se somos o que comemos também somos o que brincamos.
Em declarações à TSF, a psicóloga Conceição Tavares de Almeida explica que “o nosso trabalho também pode ser uma brincadeira, o prazer é a melhor motivação para tudo o que fazemos. Se isso estiver em tudo o que fazemos, certamente seremos melhores pessoas e faremos dos outros melhores”.
De acordo com a psicóloga, estamos a criar pessoas com menos ferramentas em saúde mental. “Moldar a natureza para evitar manifestações de sentimentos vistos como feios, desagradáveis ou não polidos tem riscos muitos grandes na saúde mental das crianças”, alertou a responsável. Para evitar distopias para as quais muitos alertam, os contos de fadas podem voltar a ser uma ferramenta.
“A ordem que se estabelece entre o real e a fantasia e entre personagens que, no fundo, ilustram aspetos do conflito e das dores de crescimento facilitam e protegem as crianças, contando-lhes que as coisas acontecem com outras personagens”, afirmou Conceição Tavares de Almeida.
Segundo a responsável, a tecnologia sobrepôs-se aos contos de Perrault, dos irmãos Grimm e de Andersen, e isso prejudicou-nos. “Brincar é uma coisa muito séria, é para levar a sério porque, de facto, há uma dimensão de realidade naquilo que sentimos e que está para além dessa moral do certo e do errado”, acrescentou a especialista.
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