5 Setembro 2022      10:13

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Évora no caminho da produção de eletricidade despachável

A Universidade de Évora (UÉ) acaba de testar, com sucesso, o coletor Advanced Linear Fresnel Reflector (ALFR), com uma potência de cerca de 15kWth, para a produção de eletricidade despachável a preço competitivo.

Em comunicado, a academia alentejana avança que o ALFR “foi ensaiado utilizando óleo térmico como fluído de transferência de calor, tendo sido utilizada como referência a norma internacional de ensaio de coletores ISO9806:2017”. Com esta tecnologia, este “é mais um passo para o desenvolvimento da tecnologia Advanced Linear Fresnel Reflector para a produção de eletricidade despachável a preço competitivo”.

Segundo a mesma fonte, os ensaios decorreram no passado dia 30 de agosto, na plataforma de ensaios de concentradores solares (PECS), da Universidade de Évora. Os primeiros resultados demonstraram “o sucesso da implementação do coletor no topo da plataforma e a estabilidade de condições de operação do mesmo com o respetivo circuito hidráulico”, de acordo com os investigadores da Cátedra Energias Renováveis.

A equipa de investigadores envolvidos no projeto AFLR-Alentejo, que visa “o desenvolvimento da tecnologia Advanced Linear Fresnel Reflector para a produção de eletricidade despachável a preço competitivo”, salienta que “os ensaios irão permitir obter a caracterização e certificação do coletor, em particular no que respeita ao seu comportamento ótico”.

Este projeto local de instalação, ensaio e análise de um concentrador ALFR tem como objetivo “a produção de eletricidade por via termossolar com armazenamento térmico, com a finalidade de alcançar eficiência de conversão global de solar-eletricidade acima de 14%, em regiões como o sul da Península Ibérica”.

Neste sentido, o projeto enquadra-se “nos objetivos gerais expressos na Estratégia de Especialização Inteligente para o Alentejo”, como a “afirmação da região como inovadora e com fortes competências na área tecnológica e científica”; a “criação de um ambiente propício à inovação e à transferência de conhecimento vocacionado para o mercado”; a “constituição de alianças estratégicas com outros centros de conhecimento (de investigação e indústria) a nível nacional e internacional que permitam o desenvolvimento e a partilha de conhecimento do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia e fortaleçam a relação entre Academia e Sociedade”; o “aumento da competitividade empresarial através da integração tecnológica, da inovação e criação de valor acrescentado e aumento da competitividade regional”; e ainda a “identificação de novas linhas de investigação via necessidades específicas da economia regional”.

A UÉ lembra também que a Cátedra Energias Renováveis foi criada em 2010 com a missão de desenvolver “soluções tecnológicas e aplicações da energia solar para a descarbonização de diferentes setores da economia: indústria e agricultura, geração elétrica, transportes ou comunidades”.

Esta cátedra lidera ainda a INIESC – Infraestrutura Nacional de Investigação em Energia Solar de Concentração que, em parceria com o LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia I.P., visa “o uso e desenvolvimento de tecnologias de concentração solar e de armazenamento de energia de modo a potenciar o contributo da energia solar para a Transição Energética”.