6 Setembro 2020      11:58

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Em Évora, propõem Mosteiro da Cartuxa para Monumento Nacional

Há uma vontade em Évora que pretende a classificação de todo o Mosteiro da Cartuxa, o último mosteiro contemplativo masculino em Portugal, como Monumento Nacional.

A proposta foi feita pelo “Grupo Pró Évora”. Esta coletividade pretende ver o alargamento da classificação de Monumento Nacional da Igreja a todo conjunto arquitetónico monástico deste ícone eborense.

A igreja deste mosteiro foi classificada como monumento nacional em 1916. A proposta atual pretende classificar não só o conjunto arquitetónico como também todo o património móvel, desde pinturas, a estatuária, heráldica, azulejaria, talha, mobiliário e até espólio da biblioteca.

Subscrita por várias personalidades, a formalização do pedido já foi interposta junto da Direção Regional de Cultura do Alentejo e estabelece uma  Zona Especial de Proteção do conjunto monumental, correspondente à cerca do Mosteiro, e que inclui uma mata de eucaliptos, um sistema hidráulico que integra um troço do Aqueduto de Água de Prata, uma Arca d’Água, vários tanques de alvenaria, uma nora, diversos poços e ainda outras pequenas arquiteturas de lazer.

O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, mais conhecido por “Cartuxa” por ter sido habitado pela ordem dos monges Cartuxos, é propriedade da Fundação Eugénio de Almeida, e é uma das mais notáveis obras do renascimento português, da autoria do arquiteto Giovanni Vincenzo Casale.

Esta ordem monástica surgiu na aldeia francesa de Saint Pierre de Chartreuse, perto de Grenoble, por São Bruno e chegou a Portugal pela mão de D. Teotónio de Bragança – que cresceu e foi educado em Vila Viçosa – no séc. XVI, sendo o Convento da Cartuxa de Évora dedicado à Virgem Maria, sob a denominação "Scala Coeli", a Escada do Céu.

Construído em 1587, o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli foi o primeiro eremitério da Ordem da Cartuxa a ser construído em Portugal.

Após a extinção das ordens religiosas no séc. IXX, os bens foram confiscados e vendidos “ao desbarato” e os 13 monges e oito leigos que lá viviam foram expulsos. Foi local de oração e contemplação foi, durante os últimos 60 anos, um espaço inacessível marcado pela clausura, silêncio e contemplação que determinam os Estatutos da Ordem.

Foi objeto de diferentes utilizações ao longo da sua história, foi Hospício de Donzelas Pobres de Évora, Escola Agrícola Regional e centro de lavoura da Casa Agrícola Eugénio de Almeida, o mosteiro volta a recuperar a sua função religiosa em 1960, graças à forte convicção cristã e à profunda dedicação de Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vill’Alva, à comunidade de Évora.

 

Imagem de semmais.pt