A equipa de enfermagem do Serviço de Urgência Pediátrica do hospital de Évora pediu escusa de responsabilidade, por considerar que faltam profissionais para uma prestação de cuidados com qualidade e segurança, anunciou hoje a Ordem dos Enfermeiros (OE).
A Ordem dos Enfermeiros (OE) anunciou, em comunicado, que a escusa de responsabilidade foi pedida por “todos os enfermeiros do Serviço de Urgência Pediátrica do Hospital de Espírito Santo de Évora (HESE)”.
“Em causa está a falta de profissionais necessários à prestação de cuidados de saúde de qualidade a crianças e jovens nas devidas condições de segurança” naquele serviço hospitalar, justificou a ordem.
Questionado pela Lusa, o Gabinete de Comunicação e Marketing do HESE respondeu que o atual conselho de administração da unidade hospitalar “não tem conhecimento” dos pedidos de escusa de responsabilidade e, por isso, escusa-se a comentar.
Segundo a OE, a equipa de enfermagem afeta a este serviço, composta por 21 elementos, está “abaixo das dotações seguras de enfermagem”, já que os cálculos para esta urgência pediátrica apontam para “uma equipa constituída por 26 pessoas”.
“A esta situação, acresce o facto de existirem três enfermeiros com ausência médica de longa duração, bem como outras situações de ausências por curtos períodos de tempo”, pelo que, atualmente, “o serviço funciona com 18 elementos”, adiantou a OE.
A OE realçou que, desde o segundo semestre de 2022, os enfermeiros da equipa da urgência pediátrica do HESE “contam, individualmente, com cerca de 30 a 40 horas a mais em cada horário de quatro semanas”.
“E cada elemento tem cerca de 20 a 30 feriados e tolerâncias para gozar”, sublinhou.
De acordo com a OE, “o número reduzido de enfermeiros tem consequência imediata no aumento do tempo de espera no processo da Triagem de Manchester e na vigilância das crianças e jovens em situação aguda que se encontram na Sala de Observação (SO)”.
“A Ordem dos Enfermeiros alerta, mais uma vez, para a pressão inaceitável exercida sobre as equipas de enfermagem que põe em causa a saúde dos doentes e a prática adequada da profissão”, acrescentou.