9 Outubro 2021      11:01

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Era uma vez uma gaveta de papéis onde toda a gente escondia os segredos...

Era uma vez uma gaveta de papéis onde toda a gente escondia os segredos e que, quando se fechava, não contava a ninguém o que aí se passava

Num determinado dia, antes que a noite se instalasse no planeta terra, existia uma casa grande… quase uma mansão… onde as pessoas entravam e saíam com irregularidade. Essa terra era muito longe de todos os lugares conhecidos. E as pessoas que lá moravam sabiam que naquela casa ninguém entrava. Quem lá entrasse sabia que aquela era a casa dos segredos. Se assim não fosse, não entraria lá.

Esta semana falo de segredos. Sim, aqueles que ninguém quer que se saibam, os que ninguém quer guardar, aqueles que nos tiram o sono e muitas vezes nos atormentam em sonhos. O segredo é a alma do negócio. Para aqueles que não são negociantes, facilmente os sonhos se transformam em pesadelos e somos atormentados por esses pormenores da noite.

Nesse reino, o rei tinha decidido que teria de existir uma casa onde os segredos todos fossem guardados. Os reis quando decidem sabem aquilo que estão a fazer, não sabem? Eu quero achar que sim, embora nem sempre assim seja! Nesse reino, o rei decidiu que aquela casa era o lugar que havia de guardar os segredos de todo o reino. Uma simples gaveta guardaria tudo o que se pudesse guardar. E, acreditem, a gaveta era enorme e tudo lá poderia caber.

A fila na entrada da casa era enorme. Gente de todos os lados do reino chegava e tentava deixar os seus segredos na gaveta.

Aquela gaveta quase não conseguia acomodar tanto secretismo. Parece que nós, seres humanos, tentamos registar os nossos segredos sem os revelar. Quantas vezes escondemos a verdadeira realidade, encrostando em enigmas a realidade. Será mentira dizer que toda a gente tem algo a esconder? Um acontecimento da vida que não queremos recordar?

O local apropriado é na gaveta. Nessa gaveta que guarda e consome os nossos segredos sem os devolver e deixar que os outros os conheçam.

Hoje, cansado de o guardar em mim, deixei nessa gaveta um segredo. Qual? Não digo e nem a gaveta o revelará. Por isso, guardem nela os segredos bons, as coisas que vos deixam felizes! Foi o que eu fiz!