26 Janeiro 2019      11:55

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Construção da Barragem do Pisão é “urgente”

A Confederação dos Agricultores de Portugal - CAP voltou a defender a urgência em que se construa a Barragem do Pisão, no concelho do Crato.

A construção é tida como uma necessidade do distrito há dezenas de anos e o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, reafirma agora que “É urgente andar para a frente com a Barragem do Pisão. Creio que já está pelo próprio Ministério do Ambiente aceite que será um investimento prioritário para os próximos tempos, mas queremos mais” e referiu ainda que numa região do interior como Portalegre “em que a indústria é escassa e a economia está fortemente afetada pelas consequências das alterações climáticas, se não houver uma aposta séria em barragens não há alternativa à fraca economia que está presente no território".

Este projeto hidroagrícola de fins múltiplos prevê à submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes -tal como aconteceu com a Aldeia da Luz na construção do Alqueva – e prevê-se que tenha um custo total de 100 milhões de euros.

O deputado do PS eleito por Portalegre, Luís Testa, confia que a construção da Barragem do Pisão vai ser uma realidade e acompanha a expetativa dos autarcas do Alto Alentejo e do próprio deputado do PSD, Cristóvão Crespo, têm reunido com persistência com os ministros do Ambiente e da Agricultura para discutir o assunto.

No final do ano passado, Luís Testa disse mesmo: "Confio que a Barragem do Pisão vai ser uma realidade" e que esperava que “o Governo faça da Barragem do Pisão uma prioridade para a Região".

Esta barragem, como o Tribuna Alentejo já referiu diversas vezes, já foi anunciada pelo menos 3 vezes, pelos primeiros-ministros Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas até hoje não foi construída.

Os últimos anos, marcados pela seca, têm aumentado a pertinência da obra que, em 2016, reuniu o consenso total na Assembleia da República - todos os partidos votaram favoravelmente o projeto de resolução, apresentado então pelo PCP - para incluir o projeto hidráulico de fins múltiplos do Crato (Barragem do Pisão) nas prioridades de investimento em regadio.

A Barragem do Pisão é considerada um projeto estratégico prioritário para o desenvolvimento da região e que pode alavancar não só o sector primário como todos os restantes sectores, potenciando o emprego, a economia, a fixação dos jovens, o combate à desertificação e o combate ao envelhecimento das populações, invertendo a tendência negativa da situação socioeconómica sentida em grande parte dos concelhos do distrito de Portalegre.

A construção da Barragem do Pisão pode vir a fazer reserva de cerca de 114 milhões metros cúbicos de água, moderando assim os impactos dos períodos de seca extrema, tanto para a agricultura, como para as populações, garantindo o abastecimento público de 8 concelhos do distrito de Portalegre (Alter do Chão, Avis, Crato, Fronteira, Gavião, Nisa, Ponte de Sor e Sousel) até agora dependente da barragem de Póvoa e Meadas e que apresenta já graves problemas, tanto ao nível da qualidade de água, como a nível de segurança das infraestruturas, com fissuras no paredão da barragem e assoreamento da albufeira.

Esta infraestrutura poderá fomentar fortemente a atividade agrícola, agroalimentar e turística da região, já que o projeto inicial prevê a cobertura de nove mil hectares, beneficiando os concelhos do Crato, Alter do Chão, Portalegre, Avis e Fronteira.

Em 1957, o Plano de Valorização do Alentejo, contemplava já a criação de grande lago para o Baixo Alentejo - o Alqueva atual e que serve também o Alentejo Central - e um lago mais pequeno para o Norte Alentejo – a Barragem do Pisão e que permitiria irrigar cerca de 10.000ha de terra.

 

Imagem de publicocdn.com

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