todas as palavras pecam pelo seu curto significado
o poeta é o pintor de um quadro sem cores
e escreve na esperança de criar a imagem
que suprime mais do que mil palavras
o singular do visual tem mais valor do que o plural do abstracto
o suficiente é falar pouco
o instante é mais valioso
é conveniente abrandar o pensamento
o poeta não pode deixar que a imagem seja mais forte do que a palavra
é o seu ganha pão
mesmo que as evidências sejam claras
é fundamental defender o próprio ofício
aceitar a derrota é ter mau-ganhar
se o pintor é o poeta das palavras coloridas
então o poeta é pura e simplesmente
o pintor de um quadro sem cores
escrever um bom poema é
um grande pincel.
Imagem de escrevemos. com
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Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático. Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta. www.claudino .eu