21 Dezembro 2022      10:02

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Comércio local de Beja “nada famoso” neste Natal

As vendas de Natal no comércio local de Beja têm registado valores pouco animadores, avança a agência Lusa.

João Rosa, presidente da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Beja, afirma que “o feedback’ que tenho não é nada famoso. Os comerciantes queixam-se que têm poucos clientes e os clientes queixam-se da falta de poder de compra e do aumento dos preços”.

“É uma tristeza. Ainda hoje parei no centro da cidade e estava a comentar que era uma tristeza estar a olhar para um estabelecimento com mais de 100 metros quadrados e, lá dentro, não estava nem um cliente, só um ou dois funcionários ao balcão”, lamentou o responsável.

Contudo, as grandes superfícies da cidade têm estado a “abarrotar” de clientes: “passamos junto dessas grandes lojas e vemos os parques de estacionamento cheios de carros. Ora, se estão os carros, também estão as pessoas”.

Para o presidente da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Beja, esta tendência de as pessoas optarem pelas grandes superfícies “não se consegue contrariar”, mas também os comerciantes em Portugal deveriam “juntar-se mais para aumentarem as suas capacidades nos negócios”.

“As pessoas vão onde é mais fácil, sabem que encontram lugar para o carro, onde têm tudo ao dispor e à altura dos olhos e, pronto, é difícil contrariar este fenómeno”, desabafou.

Por outro lado, para o presidente da Associação Empresarial de Elvas (AAE), João Pires, as vendas de Natal melhoraram este ano em relação ao ano passado, mas o negócio está “muito abaixo” do registado em 2019, antes da pandemia de covid-19.

“Fazemos os cálculos no final do Natal, mas, pela perceção e do que vamos falando” com os associados, o negócio “está muito abaixo de 2019” e a quebra “poderá andar à volta de 30%”, afirmou o responsável.

O presidente da AEE recusou-se a comparar o volume das vendas no período natalício deste ano com o de 2021 e 2020, argumentando que, nesses anos, “o Natal foi insonso”, com condicionamentos relacionados com a pandemia.

João Pires realçou que, no início deste mês, “praticamente não se notou o incremento de vendas”, com os consumidores a revelarem-se “cautelosos”, mas o negócio está a melhorar “gradualmente desde meio da semana passada”.

“No comércio alimentar, começou a notar-se no fim de semana passado”, enquanto “o retalho já leva uma semana, com aquela azáfama do Natal e as pessoas a comprarem prendas”, adiantou.

Segundo o responsável, também os consumidores espanhóis, que representam “uma fatia muito importante” dos clientes e que têm “poder de compra”, já começaram a procurar mais o comércio do lado de cá da fronteira.

“Temos dois Natais”, pois “fazemos vendas de Natal para o consumidor português e, agora, iniciamos as vendas para o consumidor espanhol, que só entrega as suas prendas no dia 6 de janeiro”, sublinhou.

 

Fotografia de radiopax.com