A chaminé da casa
liberta o fumo
das conversas
à lareira.
No inverno
a noite termina sempre
onde começa;
a melodia das vozes e
os timbres mais previsíveis
são o aconchego
de quem se limita a escutar.
As horas passam
e ninguém ousa romper
o semicírculo da reunião
familiar.
A rua cheira a lareira;
e neste momento sei
que o olfacto é o sentido
que me faz lembrar
o passado com todos
presentes.
Na chaminé daquela casa
é onde hoje
brotam as estrelas.
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Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático. Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta.