13 Janeiro 2018      11:38

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CANNABIS DO ALQUEVA

A despenalização do consumo de cannabis para fins medicinais está ainda em fase de legislação, mas existem já perspetivas de vir a plantar-se no Alqueva e, à Renascença, José Pedro Salema, presidente da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva revelou que existem mesmo contactos nesse sentido.

Quanto à cultura, a EDIA não se opõe, e diz que representa mesmo um negócio muito atraente do ponto de vista económico e financeiro – na ordem dos milhões de euro por hectare, valor que nenhuma outra cultura consegue alcançar - e dependerá da autorização dada pelo Infarmed e pela GNR.

No Alentejo existem já plantações de Papoila branca; em 2013 foi atribuída – à empresa escocesa Macfarlan Smith Ltd. - a primeira licença de exploração de ópio em Portugal e a segunda, dada em 2015, foi para a australiana TPI, também instalada no Alentejo.

A produção e o sucesso só são maiores por não existir nenhuma unidade industrial instalada.

A papoila branca – a planta que origina o ópio - é produzida com fins exclusivamente medicinais, essencialmente, analgésicos.

Tendo os primeiros anos sido experimentais para a farmacêutica escocesa – começou com cem hectares – explora agora cerca de quatro mil hectares e estava em equação a construção de uma fábrica transformadora no Alentejo.

Quanto aos australianos, a aventura alentejana representou a primeira fora do país de origem e tendo começado com 700 hectares, em 2015, e esperavam em 2016 uma produção de cerca de três mil hectares, um investimento de 10 milhões de euros.

Após autorização de 3 ministérios -  Estrangeiros, Agricultura e Saúde – e após licenciamento, são contratados agricultores locais que não podem revelar a localização das plantações. Além deste procedimento, os agricultores devem cumprir todo o disposto num documento do Ministério da Agricultura - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências, num processo que cumpre regras apertadas, mesmo a nível internacional, como estabelecido pela Convenção das Nações Unidas sobres Estupefacientes, de 1961.

 

Imagem de growroom.net