No passado mês de janeiro, o Sistema Nacional de Gás Natural exportou, pela primeira vez, gás natural pela interligação de Campo Maior, como revelou a REN (Redes Energéticas Nacionais).
Esta ligação existe há cerca de 22 anos, mas só agora a vila alentejana a viu ser usada para exportar gás natural para Espanha e, no dia 10 de janeiro, o fluxo total de gás para abastecimento do sistema espanhol foi de perto de um milhão de metros cúbicos.
A ligação alentejana de Campo Maior é muito representativa para a REN por ter sido crucial para a introdução do gás natural no mercado nacional, em 1997, mercado que se viu diversificado com o Terminal de Gás Natural Liquefeito de Sines, em 2004, e que, bateu recordes no ano passado.
Portugal encontra-se a exportar gás natural para Espanha desde outubro de 2018, sendo que o valor diário mais elevado de exportação comercial solicitada pelo mercado foi de 3,2 milhões de metros cúbicos.
No entanto, o objetivo nacional de exportar gás para a Europa através de Espanha e França pode ter sofrido um revés com a rejeição dos reguladores espanhol dos mercados e concorrência (CNMC) e francês da energia (CRE) que rejeitaram a construção da interligação de gás natural entre Espanha e França, através dos Pirenéus.
As razões apontadas foram por tratar-se de um projeto com encargos elevados e que traria poucos benefícios aos consumidores dos dois países.
Esta interligação pelos Pirenéus era a condição necessária para que a REN avançasse com o projeto de 115 milhões de euros num novo gasoduto até Espanha através de Trás-os-Montes e que se juntaria aos existentes – de Campo Maior e de Valença do Minho.
Este projeto é, no entanto, considerado como prioritário por Bruxelas, incluído o comissário da energia, o espanhol, Arias Cañete, e o desenvolvimento destas infraestruturas de transporte, armazenamento e importação de gás foram alvo de compromissos em julho passado, numa cimeira, em Lisboa, entre os governos de Portugal, Espanha e França.
Imagem de acitc.net.br
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